EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

VALORIZAR O PROFESSOR



ZERO HORA 15 de outubro de 2013 | N° 17584

EDITORIAIS


O Dia do Professor, lembrado hoje, suscita muitas reflexões em relação a essa atividade sem a qual não haveria educação de qualidade nem outros profissionais cuja formação exige um mínimo de frequência em sala de aula. Uma das indagações inevitáveis é por que, mais do que em outros países, os brasileiros consideram o professor apto a dar uma boa educação para os filhos, mas não o valorizam devidamente. A contradição é apontada por pesquisa rea-lizada pela fundação internacional Varkey Gems em 21 países selecionados a partir dos resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), que deu origem a um ranking liderado pela China, no qual o Brasil aparece em 20º lugar, praticamente no fim da fila. Valorização, no caso, implica ganhos em níveis adequados, mas também o status de uma profissão da qual derivam todas as outras.

Um dado inquestionável de que o magistério é pouco valorizado no país é o fato de apenas 20% dos entrevistados no levantamento admitirem a possibilidade de encorajar seus filhos a optarem por dar aula. Um percentual de 50% faria isso na China, país em que, não por acaso, a profissão é mais comparada à de médico. No Brasil – assim como nos Estados Unidos, França e Turquia –, a população coloca o educador no mesmo patamar do bibliotecário. Ainda assim, 95% dos entrevistados em todos os países selecionados entendem que o educador deveria receber mais do que ganha. Salário maior, numa sociedade em que os profissionais costumam ser valorizados não apenas pela relevância da atividade exercida mas também pela remuneração, pode não significar o fim das injustiças nessa área, mas já seria o começo da reparação de deformações históricas. Ainda mais se levar em conta as reais aptidões e qualificações dos profissionais.

No Brasil, desde o início do período republicano e até a década de 60 do século passado, aproximadamente, os professores, de maneira geral, desfrutavam de um status elevado na sociedade, que os encarava com particular respeito. Essa condição privilegiada começou a esmorecer a partir da massificação do ensino. O número de alunos cresceu substancialmente, enquanto as verbas destinadas à educação não se expandiram no mesmo ritmo. O resultado foi uma queda tanto no padrão de ensino quanto nos vencimentos de quem é peça-chave no processo de aprendizado.

A deprimente situação dos educadores nos últimos anos, assim, está diretamente relacionada à desvalorização crescente dos profissionais de educação, decorrência direta dos baixos salários, das más condições de trabalho e de políticas equivocadas por parte dos governos e dos próprios sindicatos que representam a categoria. Neste Dia do Professor, a valorização dos mestres aparece claramente como uma das respostas mais urgentes que o país precisa dar para qualificar seu sistema de ensino.

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