ANDRÉ MAGS
DIA DO PROFESSOR
Protagonistas de uma etapa importante na formação de cada cidadão, os professores deparam com uma tarefa cada vez mais desafiadora. Como atrair a atenção de alunos em um mundo que exige contínua renovação? A missão fica ainda maior quando os educadores precisam superar obstáculos como a desvalorização da carreira. Mas exemplos como os de duas docentes, Madalena e Darlane, mostram que a vocação de ensinar ainda é um dos principais predicados da nobre profissão.
No cinquentenário do Dia do Professor, os educadores têm encarado uma dura missão: ensinar aos alunos do século 21.
Para vencer o desafio, é necessário inovar. Nem que seja preciso se disfarçar de princesa Fiona, como fez Maria Madalena Padilha dos Santos, uma professora de 47 anos de Capão da Canoa. Em 2013, ela recebeu uma turma com 36 alunos da primeira série no Instituto de Educação Divina Providência. A tática de prestar atendimento individual praticamente naufragou. Como ensinar cada um a ler e escrever de forma atrativa?
Com 23 anos de sala de aula, Madalena teve de recorrer à criatividade. Sob quatro pilares atrativos às crianças – comer, brincar, animais e histórias –, foram desenvolvidos projetos com as letras do alfabeto. O lado digital prosperou no Facebook, no qual os pais acompanham as atividades na aula com textos e fotos e interagem com sugestões e comentários.
– O Brasil é um dos países em que os educadores são mais desvalorizados. Um professor, quando faz seu trabalho com amor e paixão, move céu e terra – diz Madalena, que trocou horas de lazer e de convívio com a família pelo planejamento das aulas.
Um estudo divulgado neste mês mostra que o Brasil é mesmo um dos países que menos valorizam o professor. Na pesquisa da fundação Varkey GEMS, feita com 21 mil pessoas em 21 nações, o status do professor brasileiro está em penúltimo no ranking, com índice de 2.4 em uma escala de zero a cem, bem abaixo da média (37) e só à frente dos israelenses. O país oferece o terceiro pior salário.
Investimento na formação
A desvalorização da profissão se reflete nas escolas. A professora de Educação Física Darlane Lúcia Barbosa da Silva Teixeira, 46 anos, se desdobra em três empregos diferentes.
– Tem muitas barreiras para ser professor, precisa ter vocação e muita vontade – afirma Darlane.
A formação dos professores, em geral, tem sido deficiente na aplicação da tecnologia à educação. Angela Dannemann, diretora-executiva da Fundação Victor Civita, ressalta que o desenvolvimento deve ser contínuo dentro das escolas. Em países com melhores índices educacionais, a formação do professor é longa e rigorosa, parecida com a trajetória de um médico, o que valoriza a profissão.
– Como a gente enxerga a profissão no Brasil? Como um bico. Algo que qualquer um pode fazer. No entanto, é uma profissão complexa, uma das mais difíceis do mundo – argumenta a pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em educação Paula Louzano.
A boa notícia está no desejo por mudanças expresso nos protestos de rua por melhorias na educação. Paula salienta que os governos deveriam tomar medidas como a revisão do modelo de ensino à distância para formar professores – que cresce muito no país – e investir em estágios obrigatórios e residências pedagógicas. Tudo agregado, obviamente, a um salário digno.
DIA DO PROFESSOR
Protagonistas de uma etapa importante na formação de cada cidadão, os professores deparam com uma tarefa cada vez mais desafiadora. Como atrair a atenção de alunos em um mundo que exige contínua renovação? A missão fica ainda maior quando os educadores precisam superar obstáculos como a desvalorização da carreira. Mas exemplos como os de duas docentes, Madalena e Darlane, mostram que a vocação de ensinar ainda é um dos principais predicados da nobre profissão.
No cinquentenário do Dia do Professor, os educadores têm encarado uma dura missão: ensinar aos alunos do século 21.
Para vencer o desafio, é necessário inovar. Nem que seja preciso se disfarçar de princesa Fiona, como fez Maria Madalena Padilha dos Santos, uma professora de 47 anos de Capão da Canoa. Em 2013, ela recebeu uma turma com 36 alunos da primeira série no Instituto de Educação Divina Providência. A tática de prestar atendimento individual praticamente naufragou. Como ensinar cada um a ler e escrever de forma atrativa?
Com 23 anos de sala de aula, Madalena teve de recorrer à criatividade. Sob quatro pilares atrativos às crianças – comer, brincar, animais e histórias –, foram desenvolvidos projetos com as letras do alfabeto. O lado digital prosperou no Facebook, no qual os pais acompanham as atividades na aula com textos e fotos e interagem com sugestões e comentários.
– O Brasil é um dos países em que os educadores são mais desvalorizados. Um professor, quando faz seu trabalho com amor e paixão, move céu e terra – diz Madalena, que trocou horas de lazer e de convívio com a família pelo planejamento das aulas.
Um estudo divulgado neste mês mostra que o Brasil é mesmo um dos países que menos valorizam o professor. Na pesquisa da fundação Varkey GEMS, feita com 21 mil pessoas em 21 nações, o status do professor brasileiro está em penúltimo no ranking, com índice de 2.4 em uma escala de zero a cem, bem abaixo da média (37) e só à frente dos israelenses. O país oferece o terceiro pior salário.
Investimento na formação
A desvalorização da profissão se reflete nas escolas. A professora de Educação Física Darlane Lúcia Barbosa da Silva Teixeira, 46 anos, se desdobra em três empregos diferentes.
– Tem muitas barreiras para ser professor, precisa ter vocação e muita vontade – afirma Darlane.
A formação dos professores, em geral, tem sido deficiente na aplicação da tecnologia à educação. Angela Dannemann, diretora-executiva da Fundação Victor Civita, ressalta que o desenvolvimento deve ser contínuo dentro das escolas. Em países com melhores índices educacionais, a formação do professor é longa e rigorosa, parecida com a trajetória de um médico, o que valoriza a profissão.
– Como a gente enxerga a profissão no Brasil? Como um bico. Algo que qualquer um pode fazer. No entanto, é uma profissão complexa, uma das mais difíceis do mundo – argumenta a pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em educação Paula Louzano.
A boa notícia está no desejo por mudanças expresso nos protestos de rua por melhorias na educação. Paula salienta que os governos deveriam tomar medidas como a revisão do modelo de ensino à distância para formar professores – que cresce muito no país – e investir em estágios obrigatórios e residências pedagógicas. Tudo agregado, obviamente, a um salário digno.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Na minha opinião de pai e policial (uma profissão que se assemelha em virtudes e deveres do educador), a valorização do professor tem três bases: salário justo, respeito e disciplina. Consolidadas estas bases, as condições de trabalho se alinham para favorecer o educador tanto na segurança, na motivação e na expressão do seu conhecimento e sabedoria para transmitir aos alunos o caminho da vida. Sem estas bases, não há confiança, comprometimento mútuo e nem condições favoráveis a um ensino de qualidade e motivador para os alunos.
Também, sou favorável a um quadro terceirizado de educadores de sala de aula, contratados da iniciativa privada e do serviço público, onde há um potencial de inteligência e uma gama de conhecimento descartadas por interesses corporativos que imperam e guiam o serviço público brasileiro. Assim era no passado e dava certo, por que não agora?
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