ZERO HORA 20 de outubro de 2013 | N° 17589
HELOISA ARUTH STURM
Ter mais acesso à informação não significa necessariamente agir com maior consciência. Uma pesquisa feita com jovens de todo o Brasil, e que compara dados de 2013 com outros colhidos em 2006, aponta que a gurizada entre 12 e 17 anos está mais preocupada com estética, usando menos camisinha, fumando mais maconha e abusando do álcool. Além disso, a percepção para violência diminuiu, o uso de cigarro também e os adolescentes continuam satisfeitos com a própria vida.
Eles têm mais acesso à informação, mas vêm adotando mais comportamentos de risco. Uma pesquisa feita com 6 mil alunos entre 12 e 17 anos de escolas particulares em todo o país mostra que praticamente metade dos jovens prefere não usar camisinha e que o consumo de álcool e maconha entre os adolescentes é elevado. Os dados também ilustram as principais mudanças de atitude dos adolescentes na última década.
Para traçar o perfil da juventude atual, o projeto “Este Jovem Brasileiro” ouviu estudantes de 64 escolas, que preencheram anonimamente um questionário online sobre seus hábitos quando o assunto é sexo, drogas, violência, sentimentos e redes sociais. O resultado foi comparado com as informações obtidas em 2006, ano de início do projeto. As diferenças mais evidentes entre as duas edições estão nos campos da sexualidade, do consumo de drogas e do abuso de álcool.
O projeto é desenvolvido anualmente pelo Portal Educacional em parceria com o psiquiatra Jairo Bouer e com a rede Positivo Informática, e está na oitava edição. O objetivo é levar para discussão em sala de aula temas mais delicados, sobre os quais os jovens preferem não conversar com os pais.
– Nossa pesquisa não tem rigor científico, mas tem uma preocupação pedagógica muito forte. A ideia é montar um panorama nacional e oferecer informações e instrumentos para a escola tratar esses temas – afirma Andrea Maia de Santana, gerente de conteúdos dinâmicos do Portal Educacional, responsável pela pesquisa.
Sala de aula: lugar de diálogo
Algumas escolas da Rede La Salle participam do projeto e já utilizam os dados em classe. Na unidade de Caxias do Sul, os alunos da 1ª série do Ensino Médio responderam a enquete e desenvolveram atividades com Fábio Karling, professor de sociologia e ensino religioso, e Rejane Petereit, orientadora educacional.
– Para muitos, foi o primeiro contato com perguntas tão diretas, perguntas que ninguém havia feito. Os resultados serão trabalhados com quem participou da pesquisa e compartilhados com a equipe diretiva para servir de parâmetro na hora de planejar atividades que atinjam esse público. Não apenas lidamos com mentes em uma sala de aula, mas também com corpos, com seres que sentem, convivem e fazem escolhas – explica Rejane.
No Colégio La Salle Dores, em Porto Alegre, Zero Hora teve um bate-papo com quatro jovens de idades entre 14 e 17 anos para saber o que eles pensam sobre os principais tópicos e dados de comportamento apontados na pesquisa. (ver na página 5)
O QUE MUDOU EM 7 ANOS
2006
- 61% diziam sempre usar camisinha; 11% nunca usavam.
- Mais de 25% já tinham se sentido ameaçados, 21% se envolveram em brigas.
- 71% já tinham conhecido alguém pela Internet e 32% já “ficaram” com alguém que conheceram na rede.
- 46% tinham dificuldade de concentração. 31% diziam ter dificuldade na aula e 11% já haviam sido reprovados.
- 62% dos garotos e 44% das garotas se disseram satisfeitos com seu corpo.
2013
- 54% disseram sempre usar camisinha; 14% nunca usam.
- 19% já se sentiram ameaçados ou foram insultados, 17% se envolveram em brigas.
- 67% já conheceram alguém pela Internet e 29% já “ficaram” com alguém que conheceram na rede.
- 49% têm dificuldade para se concentrar. 35% dizem ter dificuldade para entender a aula e 13% já foram reprovados.
- 63% dos garotos e 40% das garotas se disseram satisfeitos com seu corpo.
HELOISA ARUTH STURM
Ter mais acesso à informação não significa necessariamente agir com maior consciência. Uma pesquisa feita com jovens de todo o Brasil, e que compara dados de 2013 com outros colhidos em 2006, aponta que a gurizada entre 12 e 17 anos está mais preocupada com estética, usando menos camisinha, fumando mais maconha e abusando do álcool. Além disso, a percepção para violência diminuiu, o uso de cigarro também e os adolescentes continuam satisfeitos com a própria vida.
Eles têm mais acesso à informação, mas vêm adotando mais comportamentos de risco. Uma pesquisa feita com 6 mil alunos entre 12 e 17 anos de escolas particulares em todo o país mostra que praticamente metade dos jovens prefere não usar camisinha e que o consumo de álcool e maconha entre os adolescentes é elevado. Os dados também ilustram as principais mudanças de atitude dos adolescentes na última década.
Para traçar o perfil da juventude atual, o projeto “Este Jovem Brasileiro” ouviu estudantes de 64 escolas, que preencheram anonimamente um questionário online sobre seus hábitos quando o assunto é sexo, drogas, violência, sentimentos e redes sociais. O resultado foi comparado com as informações obtidas em 2006, ano de início do projeto. As diferenças mais evidentes entre as duas edições estão nos campos da sexualidade, do consumo de drogas e do abuso de álcool.
O projeto é desenvolvido anualmente pelo Portal Educacional em parceria com o psiquiatra Jairo Bouer e com a rede Positivo Informática, e está na oitava edição. O objetivo é levar para discussão em sala de aula temas mais delicados, sobre os quais os jovens preferem não conversar com os pais.
– Nossa pesquisa não tem rigor científico, mas tem uma preocupação pedagógica muito forte. A ideia é montar um panorama nacional e oferecer informações e instrumentos para a escola tratar esses temas – afirma Andrea Maia de Santana, gerente de conteúdos dinâmicos do Portal Educacional, responsável pela pesquisa.
Sala de aula: lugar de diálogo
Algumas escolas da Rede La Salle participam do projeto e já utilizam os dados em classe. Na unidade de Caxias do Sul, os alunos da 1ª série do Ensino Médio responderam a enquete e desenvolveram atividades com Fábio Karling, professor de sociologia e ensino religioso, e Rejane Petereit, orientadora educacional.
– Para muitos, foi o primeiro contato com perguntas tão diretas, perguntas que ninguém havia feito. Os resultados serão trabalhados com quem participou da pesquisa e compartilhados com a equipe diretiva para servir de parâmetro na hora de planejar atividades que atinjam esse público. Não apenas lidamos com mentes em uma sala de aula, mas também com corpos, com seres que sentem, convivem e fazem escolhas – explica Rejane.
No Colégio La Salle Dores, em Porto Alegre, Zero Hora teve um bate-papo com quatro jovens de idades entre 14 e 17 anos para saber o que eles pensam sobre os principais tópicos e dados de comportamento apontados na pesquisa. (ver na página 5)
O QUE MUDOU EM 7 ANOS
2006
- 61% diziam sempre usar camisinha; 11% nunca usavam.
- Mais de 25% já tinham se sentido ameaçados, 21% se envolveram em brigas.
- 71% já tinham conhecido alguém pela Internet e 32% já “ficaram” com alguém que conheceram na rede.
- 46% tinham dificuldade de concentração. 31% diziam ter dificuldade na aula e 11% já haviam sido reprovados.
- 62% dos garotos e 44% das garotas se disseram satisfeitos com seu corpo.
2013
- 54% disseram sempre usar camisinha; 14% nunca usam.
- 19% já se sentiram ameaçados ou foram insultados, 17% se envolveram em brigas.
- 67% já conheceram alguém pela Internet e 29% já “ficaram” com alguém que conheceram na rede.
- 49% têm dificuldade para se concentrar. 35% dizem ter dificuldade para entender a aula e 13% já foram reprovados.
- 63% dos garotos e 40% das garotas se disseram satisfeitos com seu corpo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário