EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

domingo, 13 de outubro de 2013

MERITOCRACIA NA EDUCAÇÃO

ZERO HORA 13 de outubro de 2013 | N° 17582

EDITORIAL INTERATIVO


A longa paralisação dos professores públicos do Rio de Janeiro, que já provocou conflitos com a polícia e depredações de veículos e prédios, provavelmente causados por vândalos infiltrados no movimento, tem como pano de fundo uma palavrinha apreciada no meio empresarial que virou palavrão no vocabulário do magistério em todo o país: meritocracia. As entidades representativas dos mestres, especialmente, combatem com intransigência esse sistema de valorização profissional, promoção e premiação baseado no mérito pessoal e na avaliação. Alegam que, ao contrário do que ocorre no mundo corporativo, o desempenho dos professores não pode ser medido pelos resultados alcançados, pois eles atuam em condições de trabalho muito diversas, em áreas de grandes diferenças socioeconômicas e com alunos de perfis variados. São argumentos consideráveis, mas insuficientes e inconsistentes diante da experiência bem-sucedida de administrações públicas mais ousadas que adotaram o sistema.

São Paulo é o melhor exemplo. O Estado adotou um regime de meritocracia na rede estadual em 2008, com metas de aprendizado e bônus salariais para diretores, mestres e servidores das escolas melhor avaliadas. Pesquisadores da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto constataram avanços significativos no desempenho dos estudantes dessas instituições, a partir de dados da Prova Brasil, aplicada pelo Ministério da Educação.

A propagação de experiências semelhantes, porém, tem esbarrado no corporativismo dos sindicatos, que temem injustiças e demissões. Alegam que a fixação de metas de aprovação pode gerar deformações e competições entre as escolas, sem melhorar a qualidade do ensino. Pressionados a apresentar resultados, docentes e escolas podem simplesmente preparar seus alunos para os testes de avaliação, descuidando-se da formação integral. Existe, realmente, esse risco.

Mas ele pode ser reduzido significativamente se a implantação do processo for acompanhada por medidas de apoio aos professores, de estímulo e oferta de oportunidade para o desenvolvimento profissional e de conscientização sobre os reais propósitos das mudanças. Para cobrar resultados, é preciso primeiro oferecer boas condições de trabalho, remuneração adequada, formação continuada e currículos compatíveis com as metas estabelecidas. Preenchidas tais condições, o poder público certamente estará legitimado para cobrar produtividade, assiduidade e eficiência dos profissionais de educação, assim como para premiar adequadamente aqueles que oferecerem as melhores respostas para as demandas da sociedade. Quem acredita nas próprias potencialidades não teme a meritocracia.

O editorial acima foi publicado antecipadamente no site de Zero Hora, na quinta-feira, com links para Facebook e Twitter. Os comentários para a edição impressa foram selecionados até as 18h de sexta-feira. A questão proposta aos leitores foi a seguinte: Editorial defende a implantação da meritocracia na educação. Você concorda?


O leitor concorda

Sou servidor público e creio que práticas adotadas na iniciativa privada deveriam ser adotadas no serviço público. A meritocracia é uma delas e o setor de educação não deveria ficar de fora. Marcelo do Vale Nunes Porto Alegre (RS)

Considero válida a implantação da meritocracia na educação desde que o próprio Estado, bem como as demais instituições privadas voltadas à educação contribuam com o processo evolutivo dos educadores, para que se tenha uma “competição” menos injusta. É de conhecimento de todos que o nível educacional do Brasil é um dos piores do mundo, no que, em vista disto, temos professores com diferentes níveis educacionais, quando deveriam ser mais parelhos. Jerri Seabra, Porto Alegre (RS)

Estou escandalizado com a pergunta – ainda não foi implantada a meritocracia na educação? Pensei que já estávamos no regime republicano, pois o único sistema que combate a meritocracia é a monarquia...Hermes Vargas dos Santos, Porto Alegre (RS)

Sou muito a favor, fazer por merecer! Deoclécio Rogério Zago


O leitor discorda

Discordo.Pois o sistema educacional não pode ser encaixado em uma fórmula exata.Esse sistema não leva em consideração particularidade de cada escola,bairro,cidade ou região.Como sempre,as mudanças na educação surgem na contramão. Primeiro deve-se investir em infraestrutura,dar condições de trabalho ideais,dar uma formação adequada e de qualidade ao profissional e por fim valorização profissional.O poder público fazendo sua parte primeiro,depois,sim,se fundamentam sistemas como esse. André Bugallo, Cachoeirinha (RS)

É um absurdo submeter o aprendizado de uma criança à produtividade dos professores. Quem levanta uma hipótese destas deveria voltar a estudar ou tem algum interesse escuso. Ricardo Simões, Rio de Janeiro (RJ)

Será a meritocracia uma forma de alcançar excelência na educação? Não seria mais fácil dar o real valor que o professor merece e investir em cursos de atualização e em um ambiente seguro e adequado para que este possa desenvolver seu trabalho com prazer? Guel Silveira

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - DISCORDO. A Meritocracia está na valorização salarial e não nas condições de trabalho, no aperfeiçoamento, nas premiações ou nas promoções com ínfimo aumento no padrão salarial. Ao analisar a pirâmide de Maslow sobre as necessidades humanas, verifica-se que logo depois das necessidades básicas de sobrevivência, vem a SEGURANÇA que nada mais é do que a SEGURANÇA FINANCEIRA e o BEM-ESTAR traduzido na segurança da vida, da saúde e do patrimônio. Portanto, as condições de trabalho, as promoções, as premiações e o aperfeiçoamento são realmente questões importantes, mas estão num nível seguinte de prioridade para qualquer profissional, entre eles o professor que ensina, orienta e mostra o caminho da vida exterior para os jovens.

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