EDITORIAL ZERO HORA 11/06/2012
Prestes a completar um mês, a paralisação dos docentes das universidades federais, que já atinge mais de 50 unidades de Ensino Superior em todo o país, preocupa pela ausência de sinais na direção de um acordo. Enquanto isso, milhares de universitários vivem na indefinição, sem maiores informações sobre como e quando será resolvido o impasse. É sempre lamentável a constatação de que o diálogo falha justamente entre quem deveria exercitá-lo sempre na prática do cotidiano, como é o caso de professores de nível superior e de encarregados desta área no governo federal.
Quando o movimento foi deflagrado, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, garantiu não ver sentido na paralisação. A alegação foi de que o governo vinha cumprindo acordo firmado no ano passado, no qual estava previsto um reajuste de 4% no salário dos professores das universidades federais e das instituições técnicas mantidas pela União. O sindicato da categoria, porém, contra-argumenta que o acordo foi emergencial e que as autoridades haviam prometido negociar um novo plano de carreira. O inaceitável é que, até agora, as negociações não tenham prosperado.
É compreensível a preocupação do governo de que a decisão sobre as reivindicações dos docentes possa levar outras categorias funcionais a pleitearem isonomia salarial. Sindicatos dos servidores da União já admitem a possibilidade de deflagrar uma greve geral durante este mês, o que poderia ameaçar o equilíbrio das contas públicas. Ainda assim, o que não pode ocorrer é uma indefinição se prolongando por tanto tempo.
Representantes dos docentes das federais, dos Ministérios da Educação e do Planejamento têm o dever de encontrar uma saída negociada e imediata. Enquanto isso não ocorre, a consequência mais visível é a de sempre: milhares de estudantes prejudicados na sua formação.
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