PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA - ZERO HORA 04/06/2012
Pelo artigo 202 da Constituição do Rio Grande do Sul, o governo
deveria estar aplicando em educação pelo menos 35% da receita resultante
de impostos, descontados, naturalmente, os repasses para os municípios.
Isso significa 10 pontos percentuais acima do que prevê a Constituição
Federal. Se esse índice fosse cumprido, o Rio Grande do Sul não estaria
na rabeira dos Estados que menos investem em educação, segundo estudo do
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, tema da reportagem
especial das páginas 4 e 5 de hoje.
Essa conta do FNDE não inclui os gastos com inativos – e aí mora a explicação para o resultado negativo. Nenhuma unidade da federação tem situação previdenciária tão caótica quanto o Rio Grande do Sul. O Estado já tem mais professores aposentados do que em atividade e o peso dos inativos tende a crescer. Como o orçamento não é elástico, o tamanho da conta inviabiliza a concessão de reajustes maiores.
Essa conta do FNDE não inclui os gastos com inativos – e aí mora a explicação para o resultado negativo. Nenhuma unidade da federação tem situação previdenciária tão caótica quanto o Rio Grande do Sul. O Estado já tem mais professores aposentados do que em atividade e o peso dos inativos tende a crescer. Como o orçamento não é elástico, o tamanho da conta inviabiliza a concessão de reajustes maiores.
O aumento do volume de recursos,
por si só, não garante melhor qualidade do ensino. Há um problema de
gestão que precisa ser atacado, para que os recursos escassos sejam
melhor aproveitados, e uma dificuldade estrutural que ninguém ousa tocar
porque ninguém quer briga com os professores. Essa dificuldade é a
aposentadoria precoce. Um professor se aposenta com 30 anos de
contribuição (cinco a menos do que um trabalhador de outra área). Uma
professora, com 25. Na prática, isso significa que boa parte receberá
como inativo por mais tempo do que contribuiu.
Embora a procura
no último concurso do magistério tenha mostrado que há professores de
sobra querendo trabalhar no Estado, a carreira não é atrativa. Só fazem
vestibular para cursos da área de educação os muito vocacionados e os
que não conseguem entrar (ou pagar) as faculdades que abrem as portas
para carreiras mais promissoras. Nas escolas mais conceituadas,
contam-se nos dedos os alunos do 3º ano do Ensino Médio que querem ser
professores. Se a grande receita dos países desenvolvidos é atrair os
melhores alunos para o magistério, que perspectiva pode ter o Rio Grande
do Sul?
- COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - O pior é a impunidade dos governantes que não respeitam e nem aplicam as leis vigentes no Brasil. Para fiscalizar os atos praticados e deixados de praticar pelo Executivo existe o Poder Legislativo (no caso a Assembléia Legislativa) e para punir o desrespeito às leis, crimes, omissões e negligências do Executivo existe o Poder Judiciário (STJ). Como nenhum funciona, como querem que o povo respeite as leis e confie nos Poderes de Estado? Não é a toa que pirataria, a sonegação, o descaso com a nota fiscal,
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