ZERO HORA 30/04/2015 | 03h37
Coluna Política+
por Rosane de Oliveira
Imagens da batalha que resultou em mais de 200 feridos no Paraná, a maioria professores em greve, devem servir de alerta para o governo do Rio Grande do Sul, às vésperas da apresentação de um conjunto de projetos para tentar estancar a crise financeira do Estado. As cenas de professores ensanguentados devem ser reproduzidas no manual do que não se deve fazer em situações idênticas.
A polícia do governador Beto Richa (PSDB) usou bombas de efeito moral e cachorros para dispersar os professores que protestavam contra um projeto de alteração do ParanaPrevidência, o fundo criado para sustentar as aposentadorias dos servidores. Pelo projeto que afinal acabou sendo aprovado, o ParanaPrev terá de pagar as aposentadorias de 33 mil inativos com mais de 73 anos, que até então recebiam de um fundo financeiro bancado pelo Tesouro.
A preocupação dos associados ao ParanaPrev é com o próprio futuro: o ingresso de 33 mil beneficiários ameaçaria a saúde financeira do fundo, colocando em risco as aposentadorias de quem aderiu ao sistema desde o início. Richa garante que não existe esse risco.
Para efeito de comparação, é como se o governo do Rio Grande do Sul resolvesse passar a aposentadoria de parte dos inativos para o Funprev, criado no governo de Tarso Genro, e que só recebe contribuições de quem entrou no serviço público depois da aprovação da lei.
Richa vive o mesmo dilema de outros governadores, que não sabem de onde tirar dinheiro para pagar as contas. A diferença do Paraná para o Rio Grande do Sul é que lá o governador fracassou na tentativa de usar os depósitos judiciais de terceiros. Richa planejava usar 30% dos depósitos judiciais (R$ 2,3 bilhões), mas a pretensão foi barrada no Conselho Nacional de Justiça. O Rio Grande do Sul utiliza 85% do saldo, com aval do Tribunal de Justiça, e pretende elevar esse percentual para 90%. Os saques feitos desde o governo Germano Rigotto já chegam a R$ 8 bilhões.
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