EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

QUEM IRÁ OUVIR E DEFENDER OS PROFESSORES?



ZERO HORA 20 de agosto de 2014 | N° 17896


MARINA VARGAS*



Há poucos dias, fomos surpreendidos por uma grande polêmica acerca de um parecer do Conselho Estadual de Educação. Mesmo após o parecer que trata de procedimentos frente a casos de indisciplina dos alunos ter sido retirado da pauta de votação, o que fica nos professores e funcionários das escolas estaduais é um sentimento de desrespeito.

Repetiu-se o que estamos cansados de ver. As decisões importantes sobre o funcionamento das escolas são tomadas sem “a escuta” de quem está no seu dia a dia. Isto ocorreu, recentemente, também na mudança de currículo – o Ensino Médio Politécnico.

A nossa sensação foi de que, uma vez o parecer retirado de votação, os professores seriam ouvidos. Mas, até agora, nada!

No sábado, um conselheiro tutelar me dizia que um aluno sempre tem o direito a frequentar a aula, mas que existem nas turmas outros 29 com os mesmos direitos de estudar. Isto é sabido pela sociedade e, legitimamente, cobrado pelos pais.

No caso em questão, quem irá ouvir e amparar os professores? As direções, que, acuadas, acabam “aplicando” as ordens emanadas da Seduc, sem ouvir o grupo? A mantenedora – Seduc –, que estuda na teoria o que é melhor para as escolas sem estar em sintonia com as mesmas, na prática? A CRE, que não realiza encontros entre professores de escolas de uma mesma região da cidade para que estudem medidas preventivas? E ambas, que não suprem a carência de profissionais nas escolas, quanto menos de psicopedagogos, psicólogos?

Até quando esses órgãos do sistema continuarão jogando a culpa da evasão, da indisciplina e do desempenho dos alunos sobre os ombros de professores já sobrecarregados com tantas exigências, imposição de prazos exíguos para entregas de relatórios, pareceres, planos, projetos?

E o que dizer de nosso sindicato, que deveria, no mesmo momento em que houve a retirada do parecer, ter ouvido e mobilizado a categoria em busca de alternativas para este caso? Por mais brava e eficiente que seja uma representante do Cpers no Ceed, ela não cumprirá essa tarefa sozinha.

Queremos ser ouvidos e respeitados! Pelo Ceed, que não pode ser tão hermético. Pelo governo, que é responsável por prover as escolas da rede estadual de recursos humanos elementares e de capacitados a lidar com as situações conflitivas – governo que sequer paga o nosso piso.

*Professora de artes da rede estadual

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