DIÁRIO GAÚCHO 09/08/2014 | 07h07
Eduardo Torres
Bandidos invadiram o pátio da escola Marechal Floriano, no Bairro Floresta, para ameaçar os alunos na manhã de sexta. Colégio vive uma rotina de assaltos
Estudantes se preocupam com assalto até dentro da escolaFoto: Marcelo Oliveira / Agencia RBS
Se antes das férias de julho estava ruim, o que recebeu os alunos da escola Marechal Floriano Peixoto, no Bairro Floresta, Zona Norte de Porto Alegre, na primeira semana de volta às aulas foi ainda pior. Na sexta, o medo da violência atingiu seu ápice. Por volta das 7h30min, quando os cerca de 400 estudantes ainda estavam no pátio à espera para entrar nas salas, dois homens e uma mulher, armados, invadiram o local, provocando uma correria.
De dentro do pátio, um dos invasores gritava:
- Se alguém não entregar o celular, nós vamos meter tiro. Vamos queimar mesmo.
Era, supostamente, o recado a um estudante que, aos empurrões, havia se livrado de ter seu celular roubado na chegada à escola.
Dado o recado, o criminoso saiu dali com a mesma tranquilidade com que chegou. Desta vez, sem roubar ninguém. Apavorados, os alunos que já haviam corrido para o saguão da escola, assistiram a tudo trancados lá dentro. As aulas na manhã de sexta foram suspensas. E sem nenhuma garantia de segurança para a segunda-feira.
- A situação está no limite. Nós não temos como dar nenhuma garantia aos pais para que mandem seus filhos à escola - desabafa a diretora, Maria Beatriz Lazzarotto.
Na quinta, por volta das 7h, uma jovem já havia sido agredida na Rua Comendador Coruja, em frente à escola, quando se negou a entregar o celular a um grupo de assaltantes.
- Quando eu cheguei de ônibus na Avenida Farrapos, reconheci dois que tinham batido na guria ontem (quinta) e apressei o passo. Mas aí, cheguei na escola e vi todo mundo apavorado. Eles tinham acabado de sair dali - diz uma estudante de 17 anos.
No terceiro ano do ensino médio, ela pensa em trocar de escola. Ao menos, para se formar com um pouco de tranquilidade.
Rotina de medo
A frequência de assaltos nos arredores da Marechal Floriano foi mostrada pelo DG no mês passado. No intervalo de dez dias, os estudantes contabilizavam pelo menos 15 assaltos na chegada à escola, no começo da manhã. Naquela época, o criminoso sempre agia sozinho e tinha como alvo celulares e carteiras.
Logo nos primeiros dias de pânico, alguns pais resolveram trocar os filhos de escola. A mobilização da direção foi imediata, acionando a Brigada Militar, e os ataques diminuíram até as férias de julho. Agora, voltaram ainda com mais força.
BM garante que reforçou a segurança
No mês passado, a providência encontrada pela diretora para evitar entradas de bandidos no pátio da escola foi chegar ainda mais cedo ao trabalho. E manter o portão sempre trancado. Na sexta, não conseguiu.
- Saímos mais tarde na quinta e não teve como chegar tão cedo. Nós não estávamos. Nem a Brigada - critica Maria Beatriz.
No começo da semana, ela se reuniu com policiais do serviço de inteligência do 9º BPM, que tentam mapear a ação dos bandidos nos arredores da escola. O comandante da 4ª Companhia, capitão Ezequiel Rohers, diz que a Brigada não foi comunicada sobre alguma invasão à escola na manhã de sexta. Ele garante que a presença do policiamento foi reforçada nos horários de entrada e saída da escola desde a denúncia feita pela direção, no mês passado.
A suspeita é de que "bondes" de jovens estejam atuando na região. Imagens de dois suspeitos já teriam chegado à polícia, que agora trabalha para identificá-los.
Assim como fez em julho, ontem novamente a diretora enviou um e-mail ao Comando do Policiamento da Capital exigindo reforço do policiamento na região.
DIÁRIO GAÚCHO
Bandidos invadiram o pátio da escola Marechal Floriano, no Bairro Floresta, para ameaçar os alunos na manhã de sexta. Colégio vive uma rotina de assaltos
Estudantes se preocupam com assalto até dentro da escolaFoto: Marcelo Oliveira / Agencia RBS
Se antes das férias de julho estava ruim, o que recebeu os alunos da escola Marechal Floriano Peixoto, no Bairro Floresta, Zona Norte de Porto Alegre, na primeira semana de volta às aulas foi ainda pior. Na sexta, o medo da violência atingiu seu ápice. Por volta das 7h30min, quando os cerca de 400 estudantes ainda estavam no pátio à espera para entrar nas salas, dois homens e uma mulher, armados, invadiram o local, provocando uma correria.
De dentro do pátio, um dos invasores gritava:
- Se alguém não entregar o celular, nós vamos meter tiro. Vamos queimar mesmo.
Era, supostamente, o recado a um estudante que, aos empurrões, havia se livrado de ter seu celular roubado na chegada à escola.
Dado o recado, o criminoso saiu dali com a mesma tranquilidade com que chegou. Desta vez, sem roubar ninguém. Apavorados, os alunos que já haviam corrido para o saguão da escola, assistiram a tudo trancados lá dentro. As aulas na manhã de sexta foram suspensas. E sem nenhuma garantia de segurança para a segunda-feira.
- A situação está no limite. Nós não temos como dar nenhuma garantia aos pais para que mandem seus filhos à escola - desabafa a diretora, Maria Beatriz Lazzarotto.
Na quinta, por volta das 7h, uma jovem já havia sido agredida na Rua Comendador Coruja, em frente à escola, quando se negou a entregar o celular a um grupo de assaltantes.
- Quando eu cheguei de ônibus na Avenida Farrapos, reconheci dois que tinham batido na guria ontem (quinta) e apressei o passo. Mas aí, cheguei na escola e vi todo mundo apavorado. Eles tinham acabado de sair dali - diz uma estudante de 17 anos.
No terceiro ano do ensino médio, ela pensa em trocar de escola. Ao menos, para se formar com um pouco de tranquilidade.
Rotina de medo
A frequência de assaltos nos arredores da Marechal Floriano foi mostrada pelo DG no mês passado. No intervalo de dez dias, os estudantes contabilizavam pelo menos 15 assaltos na chegada à escola, no começo da manhã. Naquela época, o criminoso sempre agia sozinho e tinha como alvo celulares e carteiras.
Logo nos primeiros dias de pânico, alguns pais resolveram trocar os filhos de escola. A mobilização da direção foi imediata, acionando a Brigada Militar, e os ataques diminuíram até as férias de julho. Agora, voltaram ainda com mais força.
BM garante que reforçou a segurança
No mês passado, a providência encontrada pela diretora para evitar entradas de bandidos no pátio da escola foi chegar ainda mais cedo ao trabalho. E manter o portão sempre trancado. Na sexta, não conseguiu.
- Saímos mais tarde na quinta e não teve como chegar tão cedo. Nós não estávamos. Nem a Brigada - critica Maria Beatriz.
No começo da semana, ela se reuniu com policiais do serviço de inteligência do 9º BPM, que tentam mapear a ação dos bandidos nos arredores da escola. O comandante da 4ª Companhia, capitão Ezequiel Rohers, diz que a Brigada não foi comunicada sobre alguma invasão à escola na manhã de sexta. Ele garante que a presença do policiamento foi reforçada nos horários de entrada e saída da escola desde a denúncia feita pela direção, no mês passado.
A suspeita é de que "bondes" de jovens estejam atuando na região. Imagens de dois suspeitos já teriam chegado à polícia, que agora trabalha para identificá-los.
Assim como fez em julho, ontem novamente a diretora enviou um e-mail ao Comando do Policiamento da Capital exigindo reforço do policiamento na região.
DIÁRIO GAÚCHO
Nenhum comentário:
Postar um comentário