EDITORIAIS
O Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul não pode ficar sozinho na reação ao parecer em debate. Professores e demais servidores de escolas têm sido desafiados cada vez mais por atos de desacato, e não são raros os casos marcados pela violência contra a escola, contra os alunos e contra mestres e funcionários. São atitudes que põem em xeque a autoridade da escola e, principalmente, sua capacidade de reagir com veemência às atitudes consideradas mais graves. Sabe-se que, nessas circunstâncias, as escolas têm esgotado, junto aos pais e às comunidades, todos os meios disponíveis antes da decisão mais drástica, do afastamento temporário ou da expulsão.
O parecer em questão retira dos colégios o direito de fazer prevalecer a disciplina, em favor da maioria, e submete as escolas ao poder dos agressores. Como as situações de indisciplina consideradas administráveis já vêm sendo abordadas, de acordo com os padrões pedagógicos, é claro que o parecer tende a favorecer até mesmo infratores reincidentes. Não é de excesso de condescendência com a indisciplina que o ensino precisa, para fazer valer sua missão de educar. Ao contrário, as escolas precisam, com transparência e clareza quanto a leis e regras, fazer valer a preservação de um ambiente civilizado, dentro e fora de sala de aula.
Agressores e vândalos já desfrutam de uma certa sensação de impunidade. Ampliá-la será ruim para todos. A educação brasileira precisa fortalecer, e não fragilizar, professores muitas vezes submetidos a condições de trabalho precárias, reduzidas chances de aperfeiçoamento profissional, baixos salários e alunos agressivos. Punir, de acordo com o bom senso e a legislação, é também educar, ou adolescentes sem limites se transformarão em algozes incontroláveis.
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