EDITORIAL
Inconcebível o que as novas teorias estão fazendo. Não se sabe se apenas para aparecer ou para sair do marasmo intelectual que permeia a consciência nacional, temos alternativas — logo chamadas de politicamente corretas — que beiram ao absurdo. Evidentemente que aqueles que se posicionarem contra serão chamados, no mínimo, de retrógrados, superados e que não estão em linha com a modernidade educacional. Não estarão lançando um novo olhar sobre a educação, nem observando a transversalidade, mas ficando na horizontalidade medíocre. Dito isso, vemos, depois da ridícula Lei da Palmada — com ou sem ela, crianças estão sendo mortas por genitores ou prepostos deles Brasil afora —, agora estamos prestes a escancarar as escolas para a indisciplina. Ampla, geral e irrestrita.
É o país dos direitos, com poucos deveres. Recém quando há, aí sim, um festejado novo olhar do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers), com uma diretoria que entendeu que só fazer greves por melhorias salariais, mesmo que justas, era um modelo esgotado há anos. Porém, pauta antiga, reajuste do magistério, com o piso nacional sendo a base do plano de carreira, e funcionários de escolas incluídos.
A utopia é algo que só a perfeição dos deuses pode alcançar. É um país imaginário, quando damos 10 passos para alcançá-la, ela terá se afastado exatamente os mesmos 10 passos. Mas, pelo menos, é importante mantermos utopias. Afinal, mesmo inalcançáveis, elas nos farão caminhar para frente 10 passos. E, assim, progredimos. No entanto, os empreendedores estão livres para pensar e criar. Os políticos, para planejar e executar, e o povo tem tempo para trabalhar e ser livre. Quanto menos desigualdades, menos conflitos. Justiça, liberdade e disciplina, inclusive e principalmente a escolar, andam juntas e, com elas, a paz social. Com a pretendida disciplina zero nas escolas, haverá reprovação final do ensino. Entenda-se ensino/educação como um amplo aspecto socioeconômico em que as famílias estejam estruturadas com moradia e emprego, sustentando filhos em escolas com professores satisfeitos com a sua profissão. Por saúde, a prevenção do que a medicina curativa, mais cara e nem sempre eficaz. Daí a vinda dos médicos cubanos, na ótica do governo. Mas tem que haver equilíbrio e as desigualdades jogadas ao mínimo.
Não podemos deixar jovens pré-adolescentes sem limites, principalmente nas escolas, sejam públicas ou particulares. Quanto à segurança, ela é sinônimo de mais igualdade. Se continuarmos com tantos brasileiros sem educação, sem moradia, sem família, sem emprego e sem cuidados básicos de saúde, será difícil conseguir a segurança coletiva, a estabilidade socioeconômica que tanto almejamos.
Thomas More queria que a utopia chegasse ao ponto em que todos os cidadãos morassem em casas iguais, trabalhassem por períodos no campo e em seu tempo livre se dedicassem à leitura e à arte. A ideia era acabar com as diferenças e fomentar a igualdade. Temos que manter a utopia, ainda que ela esteja sempre 10 passos à frente, para continuarmos a caminhada do progresso da cidade, do Estado e do País. Com muita disciplina e hierarquia nas escolas.
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