REDE GLOBO, FANTÁSTICO 01/06/2014 22h15
Estudo afirma que ajudar nas lições dos filhos pode prejudicar rendimento. Ajudar na lição de casa pode mascarar dificuldade ou dúvida das crianças. Especialistas dão algumas dicas de como os pais podem ajudar os filhos.
“Isso, ponto. Acabou a frase coloca o ponto.”, diz a mãe Fernanda Greco.
Poucos pais conseguem participar tanto assim da vida escolar.
Fantástico: Quem que você gosta mais que te dê aula?
Manuela Greco, 7 anos: A minha mãe.
A Fernanda é uma mãe que tem tempo para fazer a lição junto com as filhas.
Fantástico: Você consegue todos os dias, dar essa atenção?
Fernanda Greco: todos os dias, de segunda a sexta-feira.
Fernanda é fotógrafa, só trabalha nos fins de semana. Já ajudou muito a filha Carol, de 14 anos. Principalmente, quando ela passou de um colégio considerado fraco para outro muito mais puxado.
“Ela estava ruim mesmo em história e eu também não sabia da matéria. Eu falei: me dá o livro aqui, eu vou aprender. Aprendi, estudei com ela, foi a melhor nota da sala de aula”, diz Fernanda.
Fantástico: Carol, se a mamãe não ficar cobrando você estuda assim mesmo?
Carolina Greco, 14 anos: Não tanto
Fantástico: Não tanto, né? Quer dizer, é importante também ela pegar no pé.
Carolina Greco, 14 anos: É.
Sociólogos avaliaram dados do governo americano sobre a participação dos pais
Mas será que acompanhar o ensino tão de perto é um jeito infalível de melhorar as notas dos filhos? Segundo um estudo feito nos Estados Unidos, a resposta é quase nunca!
Os sociólogos Keith Robinson e Angel Harris avaliaram dados do governo americano sobre a participação dos pais na vida escolar de 10 mil famílias de estudantes e cruzaram com o rendimento das crianças em leitura e matemática. O resultado foi surpreendente. Eles descobriram que ajudar na lição de casa pode prejudicar as notas. E isso também se aplica aos alunos brasileiros.
“Fazer, muitas vezes, a lição de casa junto com o filho mascara, por exemplo, para o professor que vai corrigir a lição, se foi ele mesmo que fez. Que dúvida ele está tendo, se ele não está tendo dificuldade naquele conteúdo”, explica Luciana Fevorini, doutora em psicologia da educação.
Pais podem ter aprendido as matérias de uma forma diferente
O professor Angel Harris, um dos autores do estudo, acrescenta um outro complicador: é que os pais podem ter aprendido as matérias de uma forma diferente. Então, mesmo com boas intenções, eles podem piorar as coisas.
Dicas para ajudar os filhos
Apesar das conclusões do estudo, isso não significa que a responsabilidade por um bom desempenho deva recair, totalmente, sobre o aluno. Os especialistas concordam que os pais podem e devem ajudar, e dão algumas dicas:
- Mostrar interesse pela vida escolar
- Ler para os filhos
- Conversar sobre a escola
- Valorizar o conhecimento
É o que faz a família Gotardo. Meu papel na verdade é mais checar se eles fizeram. ‘Rodrigo, fez? Tá tudo certo? Falta alguma coisa?’”, conta Andréa Gotardo, dentista.
“Minha maior dificuldade mesmo é a pergunta que eu às vezes não presto muita atenção”, revela Rodrigo Gotardo, de 11 anos.
Os pais só ajudam quando os filhos pedem.
"Outro dia ele falou: ‘pai, o que é ditongo’, eu falei: também não sei o que é ditongo. Eu estudei isso há muito tempo, não sei. Vamos procurar, quem sabe?”, diz o pai de Rodrigo.
Importância de estar interessado na vida escolar do filho
“Quando você mostra que tá interessado na vida escolar, você pergunta sobre o dever de casa, participa da reunião de pais, você mostra que seu filho é importante pra você. Isso se reflete também na motivação para estudar, no desejo de aprender mais, até na vontade de ir pra escola, para poder chegar em casa e poder mostrar notas melhores”, diz a educadora Andrea Ramal.
“Eu tirei tudo A, então não teria outro jeito de tirar melhor” diz Rafaela Gotardo, de 8 anos.
E se os pais não têm todas as respostas, não devem se sentir culpados.
“É importante que a educação seja compartilhada entre família e escola. Nem a escola pode achar que a responsabilidade é inteiramente da família ou inteiramente dela, nem a família vice versa”, explica Luciana Fevorini.
Estudo afirma que ajudar nas lições dos filhos pode prejudicar rendimento. Ajudar na lição de casa pode mascarar dificuldade ou dúvida das crianças. Especialistas dão algumas dicas de como os pais podem ajudar os filhos.
“Isso, ponto. Acabou a frase coloca o ponto.”, diz a mãe Fernanda Greco.
Poucos pais conseguem participar tanto assim da vida escolar.
Fantástico: Quem que você gosta mais que te dê aula?
Manuela Greco, 7 anos: A minha mãe.
A Fernanda é uma mãe que tem tempo para fazer a lição junto com as filhas.
Fantástico: Você consegue todos os dias, dar essa atenção?
Fernanda Greco: todos os dias, de segunda a sexta-feira.
Fernanda é fotógrafa, só trabalha nos fins de semana. Já ajudou muito a filha Carol, de 14 anos. Principalmente, quando ela passou de um colégio considerado fraco para outro muito mais puxado.
“Ela estava ruim mesmo em história e eu também não sabia da matéria. Eu falei: me dá o livro aqui, eu vou aprender. Aprendi, estudei com ela, foi a melhor nota da sala de aula”, diz Fernanda.
Fantástico: Carol, se a mamãe não ficar cobrando você estuda assim mesmo?
Carolina Greco, 14 anos: Não tanto
Fantástico: Não tanto, né? Quer dizer, é importante também ela pegar no pé.
Carolina Greco, 14 anos: É.
Sociólogos avaliaram dados do governo americano sobre a participação dos pais
Mas será que acompanhar o ensino tão de perto é um jeito infalível de melhorar as notas dos filhos? Segundo um estudo feito nos Estados Unidos, a resposta é quase nunca!
Os sociólogos Keith Robinson e Angel Harris avaliaram dados do governo americano sobre a participação dos pais na vida escolar de 10 mil famílias de estudantes e cruzaram com o rendimento das crianças em leitura e matemática. O resultado foi surpreendente. Eles descobriram que ajudar na lição de casa pode prejudicar as notas. E isso também se aplica aos alunos brasileiros.
“Fazer, muitas vezes, a lição de casa junto com o filho mascara, por exemplo, para o professor que vai corrigir a lição, se foi ele mesmo que fez. Que dúvida ele está tendo, se ele não está tendo dificuldade naquele conteúdo”, explica Luciana Fevorini, doutora em psicologia da educação.
Pais podem ter aprendido as matérias de uma forma diferente
O professor Angel Harris, um dos autores do estudo, acrescenta um outro complicador: é que os pais podem ter aprendido as matérias de uma forma diferente. Então, mesmo com boas intenções, eles podem piorar as coisas.
Dicas para ajudar os filhos
Apesar das conclusões do estudo, isso não significa que a responsabilidade por um bom desempenho deva recair, totalmente, sobre o aluno. Os especialistas concordam que os pais podem e devem ajudar, e dão algumas dicas:
- Mostrar interesse pela vida escolar
- Ler para os filhos
- Conversar sobre a escola
- Valorizar o conhecimento
É o que faz a família Gotardo. Meu papel na verdade é mais checar se eles fizeram. ‘Rodrigo, fez? Tá tudo certo? Falta alguma coisa?’”, conta Andréa Gotardo, dentista.
“Minha maior dificuldade mesmo é a pergunta que eu às vezes não presto muita atenção”, revela Rodrigo Gotardo, de 11 anos.
Os pais só ajudam quando os filhos pedem.
"Outro dia ele falou: ‘pai, o que é ditongo’, eu falei: também não sei o que é ditongo. Eu estudei isso há muito tempo, não sei. Vamos procurar, quem sabe?”, diz o pai de Rodrigo.
Importância de estar interessado na vida escolar do filho
“Quando você mostra que tá interessado na vida escolar, você pergunta sobre o dever de casa, participa da reunião de pais, você mostra que seu filho é importante pra você. Isso se reflete também na motivação para estudar, no desejo de aprender mais, até na vontade de ir pra escola, para poder chegar em casa e poder mostrar notas melhores”, diz a educadora Andrea Ramal.
“Eu tirei tudo A, então não teria outro jeito de tirar melhor” diz Rafaela Gotardo, de 8 anos.
E se os pais não têm todas as respostas, não devem se sentir culpados.
“É importante que a educação seja compartilhada entre família e escola. Nem a escola pode achar que a responsabilidade é inteiramente da família ou inteiramente dela, nem a família vice versa”, explica Luciana Fevorini.
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