RELATÓRIO
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) alertou ontem para a existência de 58 milhões de crianças entre seis e 11 anos sem escolaridade, o que torna impossível alcançar a meta de uma educação primária universal até 2015. O número deve-se em grande parte ao elevado crescimento demográfico na África subsaariana, onde existem atualmente 30 milhões de crianças sem escolaridade, indica relatório da Unesco divulgado ontem em Paris.
Segundo a organização, no caso de se manter a atual tendência, cerca de 43% dos menores sem escolaridade em todo o mundo – 15 milhões de meninas e 10 milhões de meninos – nunca pisarão em uma sala de aula. O documento cita, por outro lado, que 17 países reduziram em 86% o número de crianças sem escolaridade em pouco mais de uma década, como Burundi, Marrocos, Nepal, Nicarágua e Vietnã.
É possível conseguir mudanças positivas com medidas como a adequação do currículo escolar e o apoio financeiro às famílias necessitadas, aponta o estudo.
Diretora-geral da Unesco, a búlgara Irina Bokova considera que os novos dados confirmam a impossibilidade de se conseguir educação primária universal até 2015. Nesse sentido, defende ser preciso fazer “soar o alarme e reunir a vontade política necessária” para garantir o respeito pelo “direito à educação para todas as crianças do mundo”.
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