DEBATE MAGISTÉRIO
Neiva Lazzarotto*
O resultado do Enem preocupa e desafia quem pensa um projeto de nação. E remete a três perguntas: 1) Por que as melhores são aquelas? 2) Esse resultado tem responsável? 3) Quais as alternativas para mudar essa situação?
As escolas públicas federais são as melhor colocadas porque há ali um padrão de qualidade superior ao das estaduais e municipais. Há mais investimento para pesquisa. Há apoio técnico-pedagógico e melhores condições de infraestrutura. Um padrão mínimo!
A frustrante situação geral da educação é resul- tado de escolhas dos governantes. Os indicadores não avançam porque os governos prometem prioridade para a educação, mas priorizam as isenções fiscais bilionárias e a dívida pública. Sequer garantem o piso salarial de R$ 1.567,00, e tentam rebaixar seu indexador! Quando menos, uma necessária carreira de Estado para os educadores; uma “carreira federal” para dar unidade nacional a tão importante profissão. Dilma, Tarso e os demais governadores prometem e não cumprem!
Em terceiro lugar, as alternativas passam por investir muito em educação pública. Agora! Dois estudos do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) embasam essa necessidade e possibilidade.
1 – “...o tamanho da população jovem brasileira nunca foi, e nunca será, tão grande quanto o de hoje, correspondendo a cerca de 50 milhões de pessoas na faixa entre 15 e 29 anos de idade, cerca de 26% de nossa população, proporção muito próxima à média mundial. Na verdade, estes 50 milhões de jovens brasileiros em ação correspondem a um ‘platô populacional’ que começou em 2003 e, por força de mudanças demográficas diversas atuando em direções opostas, prolongará a onda até 2022, em formato de pororoca jovem. Depois (...) o processo refluirá e a população jovem no Brasil cairá a uma velocidade mais alta que a dos demais países, com exceção da China.” (“Juventude que conta”, Marcelo Néri)
2 – A cada R$ 1,00 de PIB investido em educação, o país tem como retorno econômico anual R$ 1,85, enquanto que com a dívida são R$ 0,75 – sendo que a dívida é a prioridade do governo Dilma. Em 2012, será R$ 1,7 trilhão, ou 43,98% do orçamento federal, enquanto para a educação são 3,34%.
Se a educação de qualidade é mais alta prioridade para 85,2% dos jovens brasileiros de 15 a 29 anos, e os resultados do Enem mostram o RS em queda, o projeto de educação do governo Tarso e a votação do Plano Nacional de Educação (PNE), no Senado, têm que refletir que a hora é agora! Investir 10% do PIB em educação pública. E pensar um projeto de Estado com crescimento econômico e desenvolvimento humano noutros patamares, talvez comece por considerar a ideia de federalização da educação pública como ponto de partida para responder às gigantescas manifestações de junho/julho que clamavam por um “padrão Fifa” para a educação, a saúde, a segurança e os transportes.
*DIRETORA DO CPERS SINDICATO/INTERSINDICAL
O resultado do Enem preocupa e desafia quem pensa um projeto de nação. E remete a três perguntas: 1) Por que as melhores são aquelas? 2) Esse resultado tem responsável? 3) Quais as alternativas para mudar essa situação?
As escolas públicas federais são as melhor colocadas porque há ali um padrão de qualidade superior ao das estaduais e municipais. Há mais investimento para pesquisa. Há apoio técnico-pedagógico e melhores condições de infraestrutura. Um padrão mínimo!
A frustrante situação geral da educação é resul- tado de escolhas dos governantes. Os indicadores não avançam porque os governos prometem prioridade para a educação, mas priorizam as isenções fiscais bilionárias e a dívida pública. Sequer garantem o piso salarial de R$ 1.567,00, e tentam rebaixar seu indexador! Quando menos, uma necessária carreira de Estado para os educadores; uma “carreira federal” para dar unidade nacional a tão importante profissão. Dilma, Tarso e os demais governadores prometem e não cumprem!
Em terceiro lugar, as alternativas passam por investir muito em educação pública. Agora! Dois estudos do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) embasam essa necessidade e possibilidade.
1 – “...o tamanho da população jovem brasileira nunca foi, e nunca será, tão grande quanto o de hoje, correspondendo a cerca de 50 milhões de pessoas na faixa entre 15 e 29 anos de idade, cerca de 26% de nossa população, proporção muito próxima à média mundial. Na verdade, estes 50 milhões de jovens brasileiros em ação correspondem a um ‘platô populacional’ que começou em 2003 e, por força de mudanças demográficas diversas atuando em direções opostas, prolongará a onda até 2022, em formato de pororoca jovem. Depois (...) o processo refluirá e a população jovem no Brasil cairá a uma velocidade mais alta que a dos demais países, com exceção da China.” (“Juventude que conta”, Marcelo Néri)
2 – A cada R$ 1,00 de PIB investido em educação, o país tem como retorno econômico anual R$ 1,85, enquanto que com a dívida são R$ 0,75 – sendo que a dívida é a prioridade do governo Dilma. Em 2012, será R$ 1,7 trilhão, ou 43,98% do orçamento federal, enquanto para a educação são 3,34%.
Se a educação de qualidade é mais alta prioridade para 85,2% dos jovens brasileiros de 15 a 29 anos, e os resultados do Enem mostram o RS em queda, o projeto de educação do governo Tarso e a votação do Plano Nacional de Educação (PNE), no Senado, têm que refletir que a hora é agora! Investir 10% do PIB em educação pública. E pensar um projeto de Estado com crescimento econômico e desenvolvimento humano noutros patamares, talvez comece por considerar a ideia de federalização da educação pública como ponto de partida para responder às gigantescas manifestações de junho/julho que clamavam por um “padrão Fifa” para a educação, a saúde, a segurança e os transportes.
*DIRETORA DO CPERS SINDICATO/INTERSINDICAL
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