ARTIGOS
Roberto Fissmer*
Ao final de todo o ano letivo, surgem os debates visando analisar os baixos índices de rendimento escolar. Realmente, o nível do ensino está precário. Pior, é alarmante. No transcorrer de um ano letivo é visível a incapacidade de grande parte dos educandos em assimilar sequer alguns poucos conteúdos programáticos mínimos.
Há um conjunto de fatores que se somam, contribuindo negativamente com as questões voltadas para o ensino. É necessário ressaltar que a educação, como um todo, não é apenas o que aprendemos em uma sala de aula, mas, também, aquelas informações que trazemos de casa, da nossa comunidade, do nosso convívio social, enfim.
Desde pequena, a criança vai aprendendo quais são os seus direitos – ainda que de forma muito restrita –, e que deve lutar pela preservação do seu espaço, das suas ideias, e da sua vontade. O difícil é fazer a criança ou o adolescente entender os seus deveres, os seus limites, até onde vão, e onde começam os direitos, os limites dos outros.
A concepção de que a escola pública e os seus professores devem estar aptos para absorver toda natureza de problemas levados pelos estudantes encontra-se defasada. É tarefa muito complexa transmitir conhecimentos a quem está totalmente despreparado para aprender. Embora tenhamos uma exorbitante carga tributária, deparamos com professores recebendo minguada remuneração, escolas caindo aos pedaços, salas de aula abarrotadas de alunos, falta de materiais, equipamentos ultrapassados, instalações inadequadas, inadequação dos conteúdos programáticos; tudo isso apenas tangencia o problema, que é muito maior, é social.
Podemos enfeitar todos os aspectos tangenciadores, podemos dourar a pílula, mas seu efeito será inexpressivo. O mal deve ser combatido em sua origem, pouco resolvendo tratá-lo nas extremidades.
Sobram 20 horas ao dia para que o aluno evapore o que, com sacrifício, foi-lhe repassado em quatro horas de aula. Se o meio social em que vive a criança não é bom, dificilmente os resultados escolares serão satisfatórios – ressalvadas as raras exceções. O desaconselhável é a instituição de ensino escamotear a realidade, aprovando indistintamente todos os estudantes, levando em consideração aspectos que em nada se relacionam com o nível de conhecimento esperado para a aprovação de uma série para a outra. Empurrados muita vezes pelo sentimento de piedade dos professores, vão passando ano após ano, sem o conhecimento básico necessário. E um dia chegam às portas do vestibular, cujos resultados todos conhecemos. O computador que corrige os cartões de respostas dos candidatos não tem sentimentos, é impiedoso. O professor precisa recuperar sua imagem, sua dignidade, deixando de ser refém dos nefastos projetos eleitoreiros do governo, e a escola deve abandonar o conceito de depósito de novos cidadãos, convenientemente imposto pelas nossas autoridades.
Ao final de todo o ano letivo, surgem os debates visando analisar os baixos índices de rendimento escolar. Realmente, o nível do ensino está precário. Pior, é alarmante. No transcorrer de um ano letivo é visível a incapacidade de grande parte dos educandos em assimilar sequer alguns poucos conteúdos programáticos mínimos.
Há um conjunto de fatores que se somam, contribuindo negativamente com as questões voltadas para o ensino. É necessário ressaltar que a educação, como um todo, não é apenas o que aprendemos em uma sala de aula, mas, também, aquelas informações que trazemos de casa, da nossa comunidade, do nosso convívio social, enfim.
Desde pequena, a criança vai aprendendo quais são os seus direitos – ainda que de forma muito restrita –, e que deve lutar pela preservação do seu espaço, das suas ideias, e da sua vontade. O difícil é fazer a criança ou o adolescente entender os seus deveres, os seus limites, até onde vão, e onde começam os direitos, os limites dos outros.
A concepção de que a escola pública e os seus professores devem estar aptos para absorver toda natureza de problemas levados pelos estudantes encontra-se defasada. É tarefa muito complexa transmitir conhecimentos a quem está totalmente despreparado para aprender. Embora tenhamos uma exorbitante carga tributária, deparamos com professores recebendo minguada remuneração, escolas caindo aos pedaços, salas de aula abarrotadas de alunos, falta de materiais, equipamentos ultrapassados, instalações inadequadas, inadequação dos conteúdos programáticos; tudo isso apenas tangencia o problema, que é muito maior, é social.
Podemos enfeitar todos os aspectos tangenciadores, podemos dourar a pílula, mas seu efeito será inexpressivo. O mal deve ser combatido em sua origem, pouco resolvendo tratá-lo nas extremidades.
Sobram 20 horas ao dia para que o aluno evapore o que, com sacrifício, foi-lhe repassado em quatro horas de aula. Se o meio social em que vive a criança não é bom, dificilmente os resultados escolares serão satisfatórios – ressalvadas as raras exceções. O desaconselhável é a instituição de ensino escamotear a realidade, aprovando indistintamente todos os estudantes, levando em consideração aspectos que em nada se relacionam com o nível de conhecimento esperado para a aprovação de uma série para a outra. Empurrados muita vezes pelo sentimento de piedade dos professores, vão passando ano após ano, sem o conhecimento básico necessário. E um dia chegam às portas do vestibular, cujos resultados todos conhecemos. O computador que corrige os cartões de respostas dos candidatos não tem sentimentos, é impiedoso. O professor precisa recuperar sua imagem, sua dignidade, deixando de ser refém dos nefastos projetos eleitoreiros do governo, e a escola deve abandonar o conceito de depósito de novos cidadãos, convenientemente imposto pelas nossas autoridades.
*PROFESSOR
PROFESSOR BRASILEIRO EM CHARGES
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