ZERO HORA 03 de novembro de 2013 | N° 17603
PARA MUDAR A EDUCAÇÃO
A história de três voluntários
Pedro Henrique Tritto, 11 anos, entrou pelos portões da Escola Estadual Almirante Bacelar, na zona norte de Porto Alegre, com os mesmos olhos verdes de sempre. Só que, no fim da tarde da última quarta-feira, aquelas bolitas brilhavam como nunca – refletiam o orgulho de quem resolveu um problema de gente grande.
Pedro estava faceiro. Era dia de apresentar o resultado do trabalho, liderado por ele, que envolveu colegas, pais e comunidade do bairro Passo Dornelles durante os últimos 45 dias: a revitalização do pátio da escola. Antes não frequentado, o espaço ganhou muros coloridos, bancos, lixeiras e até mesmo árvores para que se tornasse ainda mais convidativo.
A missão havia sido proposta meses antes por três adultos que trouxeram à escola atividades no turno inverso sustentadas na comunicação, na lógica e no empreendedorismo. Onília Araújo, 39 anos, contadora, Bruno Bittencourt, 23 anos, administrador, e Priscila Miranda, 26 anos, marketing, são os coordenadores, voluntários, do projeto Escola Convexo, que pretende firmar e desenvolver lideranças em escolas públicas e comunidades carentes da Capital.
Foram três aulas de verbos, frações e conceitos de empreendedorismo antes de os sete alunos do 6º ano botarem a mão na massa. Inicialmente, eles foram os únicos que se interessaram pela iniciativa. Instigados a solucionar um problema com seus próprios superpoderes, denunciaram as más condições do pátio e, em poucos dias, conquistaram o apoio do Ensino Médio, da direção e também da comunidade, que ofereceu materiais para a decoração do ambiente.
Na última quarta-feira, o grupo estava multiplicado. Mais de 30 estudantes ocupavam o novo espaço para apresentar o resultado de um esforço coletivo. Gaston Cabrera, pai de uma das alunas, não havia tido tempo sequer de tirar a tinta das mãos. Mas tudo bem, a missão estava cumprida. E além da autoconfiança, da motivação e da união, os colegas ainda receberão um troféu pelo trabalho realizado. O próximo ano letivo terá início na escola com uma sala multimídia novinha em folha, montada pelo trio da Escola Convexo.
– O envolvimento com essa tarefa mudou a rotina dos alunos, trouxe os pais para a escola e despertou a atenção da comunidade. Esse projeto humanizou nossas relações – comemora a vice-diretora Evelise Trevisan.
A pequena revolução é exemplo de que algumas horas de dedicação e incentivo podem colocar grandes projetos em ação. Nesse caso, a motivação partiu de três profissionais que aparentemente não teriam nenhuma ligação com a área da educação, não fosse um questionamento em comum: o que é possível fazer para que as crianças se desenvolvam mais?
A inquietação que hoje também move Bruno e Priscila partiu de Onília. E reflete muito de seu passado. Há pouco mais de uma década, a contadora definia-se como “a sétima filha de uma família paupérrima”. Agora, tem de complementar sua apresentação:
– Sou também a primeira entre os irmãos a desviar de um caminho sutilmente imposto, o de que jovem da periferia não estuda, trabalha para sobreviver.
Onília formou-se em Ciências Contábeis na UFRGS e agora cursa Psicologia. A contadora resolveu trazer mais gente consigo. Entre elas, Priscila, que entendeu o recado:
– Queremos mostrar que qualquer criança, independentemente de onde venha, tem um mundo sem limites.
Saiba mais em www.escolaconvexo.com.br
PARA MUDAR A EDUCAÇÃO
A história de três voluntários
Pedro Henrique Tritto, 11 anos, entrou pelos portões da Escola Estadual Almirante Bacelar, na zona norte de Porto Alegre, com os mesmos olhos verdes de sempre. Só que, no fim da tarde da última quarta-feira, aquelas bolitas brilhavam como nunca – refletiam o orgulho de quem resolveu um problema de gente grande.
Pedro estava faceiro. Era dia de apresentar o resultado do trabalho, liderado por ele, que envolveu colegas, pais e comunidade do bairro Passo Dornelles durante os últimos 45 dias: a revitalização do pátio da escola. Antes não frequentado, o espaço ganhou muros coloridos, bancos, lixeiras e até mesmo árvores para que se tornasse ainda mais convidativo.
A missão havia sido proposta meses antes por três adultos que trouxeram à escola atividades no turno inverso sustentadas na comunicação, na lógica e no empreendedorismo. Onília Araújo, 39 anos, contadora, Bruno Bittencourt, 23 anos, administrador, e Priscila Miranda, 26 anos, marketing, são os coordenadores, voluntários, do projeto Escola Convexo, que pretende firmar e desenvolver lideranças em escolas públicas e comunidades carentes da Capital.
Foram três aulas de verbos, frações e conceitos de empreendedorismo antes de os sete alunos do 6º ano botarem a mão na massa. Inicialmente, eles foram os únicos que se interessaram pela iniciativa. Instigados a solucionar um problema com seus próprios superpoderes, denunciaram as más condições do pátio e, em poucos dias, conquistaram o apoio do Ensino Médio, da direção e também da comunidade, que ofereceu materiais para a decoração do ambiente.
Na última quarta-feira, o grupo estava multiplicado. Mais de 30 estudantes ocupavam o novo espaço para apresentar o resultado de um esforço coletivo. Gaston Cabrera, pai de uma das alunas, não havia tido tempo sequer de tirar a tinta das mãos. Mas tudo bem, a missão estava cumprida. E além da autoconfiança, da motivação e da união, os colegas ainda receberão um troféu pelo trabalho realizado. O próximo ano letivo terá início na escola com uma sala multimídia novinha em folha, montada pelo trio da Escola Convexo.
– O envolvimento com essa tarefa mudou a rotina dos alunos, trouxe os pais para a escola e despertou a atenção da comunidade. Esse projeto humanizou nossas relações – comemora a vice-diretora Evelise Trevisan.
A pequena revolução é exemplo de que algumas horas de dedicação e incentivo podem colocar grandes projetos em ação. Nesse caso, a motivação partiu de três profissionais que aparentemente não teriam nenhuma ligação com a área da educação, não fosse um questionamento em comum: o que é possível fazer para que as crianças se desenvolvam mais?
A inquietação que hoje também move Bruno e Priscila partiu de Onília. E reflete muito de seu passado. Há pouco mais de uma década, a contadora definia-se como “a sétima filha de uma família paupérrima”. Agora, tem de complementar sua apresentação:
– Sou também a primeira entre os irmãos a desviar de um caminho sutilmente imposto, o de que jovem da periferia não estuda, trabalha para sobreviver.
Onília formou-se em Ciências Contábeis na UFRGS e agora cursa Psicologia. A contadora resolveu trazer mais gente consigo. Entre elas, Priscila, que entendeu o recado:
– Queremos mostrar que qualquer criança, independentemente de onde venha, tem um mundo sem limites.
Saiba mais em www.escolaconvexo.com.br
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