Leticia Batistela
Nos últimos dias, um fato (e, principalmente, a sua consequência) trouxe a discussão sobre a responsabilidade de menores sobre ataques virtuais.
É uma situação complexa, mas vou centralizar sobre o papel das escolas nesta nova realidade. Cabe a ela ser a educadora neste novo ambiente e preparar jovens para esta “realidade virtual” ou apenas mediar conflitos? Cabe ressaltar que muitos destes conflitos originam-se no ambiente escolar. Sim, pois boa parte desses ataques partem de colegas que partilham não só o dia a dia, mas os mesmos amigos, professores e ambientes sociais. Precisamos tratar sem superficialidade esse canhão virtual que pode deixar rastros avassaladores em adolescentes que vivem essa fase tão conturbada, em que muitas vezes ser aceito em um grupo é mais importante do que qualquer outro valor. Uma foto sensual tirada no banheiro do colégio aos 14 anos pode ser facilmente gravada em um dispositivo e usada anos depois quando essa garota estiver disputando um cargo profissional. Todos curtem quando as fotos são expostas. Foi noticiado que uma adolescente tirou a própria vida em razão dessa exposição “curtida”. O que ocorreu? O agressor foi apedrejado pelas próprias pessoas que curtiram as fotos. Esse ultraje não deveria ser demonstrado antes? Ou essa reação é apenas sobre a consequência e não sobre a exposição em si? Posta a crise, como as escolas podem exercer seu papel de educadoras?
As escolas devem trabalhar na conscientização destes jovens, o uso de redes sociais deve ser assistido desde as séries iniciais, mostrando os riscos de uma exposição exagerada e lembrando que os pais são responsáveis jurídicos sobre um menor agressor. Lembro que caso a agressão ocorra no ambiente da escola, esta pode ser responsabilizada. Essa inconsequência deve ser tratada de forma séria, e os jovens, seus pais e seus responsáveis devem ser cientificados das consequências de uma exposição virtual para que essa liberdade não deixe um gosto amargo de arrependimento.
Consultora jurídica no uso da TI
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