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quarta-feira, 31 de julho de 2013

PIOR CIDADE GAÚCHA NO IDH ENFRENTA PROBLEMA CULTURAL

CORREIO DO POVO 31/07/2013 09:22

Educação derruba desempenho de pior cidade gaúcha no IDH. Prefeito Claudio Lesnik aponta questão cultural pela evasão escolar em Dom Feliciano


Cidade gaúcha com o pior desempenho no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Dom Feliciano enfrenta um problema cultural, acredita o prefeito Claudio Lesnik (PSDB), que governa a cidade desde janeiro. Na avaliação, o município da região Centro-Sul do Estado manteve bons números referentes à longevidade (0.818) e renda per capita (0.633), mas o baixo nível da educação (0.390) influenciou o resultado final, colocando a cidade em 4467º lugar no ranking nacional, com IDHM de 0.587. O IDHM do Rio Grande do Sul ficou em 0,746. No País, o índice é de 0,727.

Com uma área de 1.300 km² e 80% da população residente na área rural, a economia de Dom Feliciano é baseada na agricultura familiar e na agropecuária. Na educação, a grande dificuldade é levar estudantes para as escolas da zona urbana. E mantê-los nas salas de aula. “É mais uma questão de cultura, de conhecimento da população. Quem trabalha na zona urbana faz questão de manter a sua criança na escola. Mas no interior é bem diferente. É difícil convencer uma mãe a colocar seu filho pequeno no ônibus. E depois que crescem, há o problema da evasão escolar”, disse Lesnik ao Correio do Povo.

Atualmente, há 54 alunos de zero a quatro anos matriculados nas creches municipais. O município trabalha na construção de duas novas instituições, para a abertura de 240 vagas. “Em termos de vagas, vai estar resolvida a questão das creches a partir do ano que vem. Mas é um problema muito sério convencer os pais de matricular os filhos”, reforçou o prefeito. No caso do pré-escolar, sobram vagas no interior. “Nós temos que criar 232 vagas a mais para essa faixa etária. Mas na zona rural há 35 vagas abertas e não tem alunos”, emendou Lesnik.

Outro fator que prejudica o desenvolvimento da educação em Dom Feliciano é a evasão de alunos de 11 a 13 anos de idade, que estão nas séries finais do ensino fundamental. “Nessa faixa etária, os estudantes não vão mais a aula para trabalhar com os pais na agricultura”, disse o prefeito. No ensino médio, a situação se agrava. “Até os 18 anos, esses alunos estão até se casando já, formando família e apenas trabalhando no meio rural”, sustentou.

A taxa apurada pela pesquisa da ONU revela o nível de desenvolvimento humano de determinada região do Brasil. O IDH dos municípios vai de 0 a 1: quanto mais próximo de zero, pior o desenvolvimento humano; quanto mais próximo de um, melhor. A pesquisa considera indicadores de longevidade (saúde), renda e educação. A classificação varia de 'Muito Baixo' - inferior a 0,499 – e 'Alto', com o indicador que varia de 0,700 a 0,799.

Geração de renda e expectativa de vida

A renda per capita de Dom Feliciano praticamente dobrou em duas décadas. Em 1991, a taxa era de R$ 236,00 e em 2010 subiu para R$ 409,72 por habitante, estando dentro da média brasileira. No período, a extrema pobreza passou de 50,26% para 22,12%.

Segundo o prefeito da cidade, há expectativa de investimento em energia eólica, o que fortaleceria ainda mais a economia da região. “Nossa esperança é melhorar a arrecadação com a influência econômica. Uma possibilidade que está cada vez mais próxima é o investimento em energia eólica na área rural. Investidores de São Paulo estão em negociação sobre o assunto”, revelou o prefeito sem fornecer muitos detalhes. Caso a parceria seja concretizada, a empresa poderá investir aproximadamente R$ 1bilhão. “Isso mudaria totalmente a realidade econômica do município”, projetou.

Quando se fala em saúde, a taxa de longevidade dos moradores de Dom Feliciano é a mais alta entre os itens que compõem o IDHM. Com 0,818, está um pouco abaixo que a média no Estado, que é 0,840, e um pouco acima da nacional, que é 0,816. Conforme o prefeito, comparando com anos anteriores, a média de vida que era de 65 anos no municíío em 1991 passou para 70 anos em 2000 e 74 anos em 2010.


Fonte: Rafaella Fraga / Correio do Povo

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