AVANÇO TÍMIDO NO RS. Educação freia o desenvolvimento
O Índice do Desenvolvimento Humano Municipal do Brasil, divulgado ontem pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), mostra que as condições de vida dos brasileiros melhoraram nos últimos 20 anos. Mas traz também um alerta, especialmente para os gaúchos: a educação se mantém como o principal desafio.
Se o Hino Rio-grandense fosse atualizado com base na realidade detectada pelo Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), o refrão que enaltece as nossas façanhas teria de ser reescrito. Com crescimento abaixo da média nacional no levantamento que considera longevidade, acesso ao conhecimento e renda, o Estado vem perdendo posições ao longo das últimas duas décadas – e a educação é o indicador com pior desempenho, apesar dos avanços.
No comparativo de 2010 com o último índice avaliado, em 2000, o Estado cresceu 12,3% na média geral do levantamento, realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) para o Brasil. Já a média nacional teve incremento de 18,7%. Na análise comparativa de um período maior, de 1991 a 2010, o crescimento do IDHM gaúcho também foi inferior, de 37,6%, enquanto o nacional foi de 47,4%. A boa notícia é que tanto o Brasil quanto o Rio Grande do Sul evoluíram, saindo da classificação “muito baixo” para o nível “alto”.
Mas os gaúchos têm menos motivos para comemorar. O Estado caiu de quinto para sexto melhor colocado em nível nacional em relação aos dois últimos levantamentos. Se apenas os números referentes à educação fossem considerados, o declínio seria maior: o RS ficaria em oitavo lugar.
O índice de educação é medido a partir de dois itens. O primeiro é a escolaridade da população com 18 anos ou mais, com peso um no cálculo. O segundo (peso dois), é uma média do percentual de crianças entre cinco e seis anos frequentando a escola, do percentual de jovens entre 15 e 17 anos com Ensino Fundamental completo e do percentual de jovens entre 18 e 20 anos com Ensino Médio completo.
Para a secretária-adjunta da Educação, Maria Eulalia Nascimento, um dos motivos que explicam o declínio progressivo em relação ao cenário nacional seria o alto índice de repetência e a falta de acesso à Educação Infantil:
– Até 2011 tínhamos no Ensino Médio o maior índice de reprovação do país e éramos o Estado com menor cobertura de atendimento à Educação Infantil. Estamos trabalhando para mudar isso.
*Colaborou Júlia Otero
LETÍCIA DUARTE
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