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Num mundo ainda longe de assegurar a meta de garantir o acesso de toda a criança ao ensino fundamental prevista para ser alcançada até 2015 , a manifestação da paquistanesa Malala Yousafzai, feita na sede das Nações Unidas, deveria servir de inspiração para responsáveis por políticas educacionais, particularmente de países em desenvolvimento. Ao argumentar que livros e canetas são as armas mais poderosas e que uma criança, um professor e um livro podem mudar o mundo, a garota que se tornou conhecida depois de ter sido baleada por talibãs pela insistência em estudar deixou evidente a importância do aprendizado. Assim como no Paquistão, muitos outros países ainda não se convenceram do quanto é preciso manter meninas e meninos em sala de aula.
No Vale do Swat, no Paquistão, onde os talibãs atacaram a adolescente, o episódio contribuiu para aumentar significativamente o número de estudantes. Ainda assim, mais de 5 milhões de crianças no país, onde escolas são constantemente destruídas, ainda se encontram fora da sala de aula. No dia do pronunciamento, quando a garota paquistanesa completou 16 anos, um relatório divulgado pela Unesco, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, alertava para o fato de que, em 2011, nada menos de 57 milhões de cidadãos em idade escolar não vão à escola. A situação é particularmente séria em regiões que, como o Paquistão, são afetadas por conflitos.
Também nesse aspecto, Malala contribuiu para a causa ao se dirigir a líderes jovens de mais de 100 países. A adolescente defendeu uma luta global contra o terrorismo que, assim como outras deformações sociais, se constitui num entrave para quem se dispõe a encarar os estudos a sério.
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