EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

ENSINO MÉDIO, EXTERMINADOR DO FUTURO DOS JOVENS



ZERO HORA 02 de janeiro de 2015 | N° 18030

JOÃO BATISTA ARAUJO E OLIVEIRA


CARTA A JOSÉ IVO SARTORI


Prezado governador,


Há informações vitais sobre a educação no Rio Grande do Sul que são de seu interesse. O Departamento de Pesquisa do Instituto Alfa e Beto analisou os dados do Enem de 2013, que o Inep acaba de divulgar, e concluiu que o Ensino Médio é o exterminador do futuro dos jovens, se continuar a ser conduzido no formato em que está. Cabe ao senhor reverter esse quadro.

Os resultados da prova objetiva mostram que, no plano nacional, a média foi de 513 pontos, sendo 554 nas redes privadas e 479 nas redes estaduais.

No Rio Grande do Sul, esses resultados foram de 494 pontos para as escolas da rede estadual e 565 pontos para as da rede privada. O Estado ficou no honroso 2º lugar dentre as redes estaduais, mas, apesar do feito, os resultados são medíocres e a diferença entre as duas redes, gigantesca.

No Brasil, apenas 1,8% dos alunos das escolas estaduais atingiram mais de 600 pontos; esse índice foi de 42% para as escolas privadas, o que significa que são os seus alunos que ingressam nas melhores universidades.

Mudar a gestão das escolas públicas fará enorme diferença. Há algo intrinsecamente ineficiente no modo de operar dessas escolas. O Ensino Médio aí ministrado não apenas é de baixa qualidade, mas é mais ineficiente. Essa mistura explosiva contribui para aumentar a desigualdade social e retirar da juventude a perspectiva de um futuro melhor. No país, apenas 50% dos que começam o Ensino Médio chegam ao final do ciclo. No seu Estado, os números não são muito diferentes.

Se a experiência dos países desenvolvidos nos servir, a resposta é simples. É preciso melhorar o Ensino Fundamental, o ponto de partida. É vital diversificar o Ensino Médio, oferecendo cursos diferentes, de caráter profissionalizante e em escolas separadas, com essa vocação. Disso, resultarão diferentes tipos de exame, e não apenas um único Enem.

Cabe ao seu governo trazer esperança para os jovens do Rio Grande do Sul e ampliar suas chances no mercado de trabalho. O futuro está em suas mãos, governador.

Presidente do Instituto Alfa e Beto

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