ZERO HORA 07 de janeiro de 2015 | N° 18035
POLÍTICA + | Rosane de Oliveira
PISO DO MAGISTÉRIO SOBE PARA R$ 1.917,78
No encontro que teve ontem em Brasília com 23 dos 27 secretários da Educação, o ministro Cid Gomes confirmou que o piso do magistério terá aumento de 13,01% e passará paraR$ 1.917,78 a partir deste mês para os professores que trabalham 40 horas por semana. Cid Gomes confirmou o que já era esperado com base no valor do Fundeb por aluno: o aumento equivale ao dobro da inflação.
Os secretários fizeram coro para dizer que Estados e municípios não têm condições de bancar o piso com aumentos reais tão elevados e pediram que o governo trabalhe pela aprovação do projeto que muda o indexador para o INPC, e que está no Congresso desde que a lei do piso foi sancionada pelo então presidente Lula.
O presidente do Conselho dos Secretários de Educação, Eduardo Deschamps, de Santa Catarina, lembrou que o próprio Cid, na condição de governador do Ceará, assinou um documento pedindo a alteração do indexador.
Os secretários também estão empenhados em mudar a lei para que todos os que passam por aperto financeiro possam receber ajuda da União. Para isso, seria preciso alterar o texto, hoje bastante restritivo.
O secretário catarinense sugeriu que Cid abra uma mesa de negociação com as entidades representativas dos professores para discutir a mudança na lei. O ministro se dispôs a abrir o diálogo, mas não deu muita esperança aos secretários. Disse que recebia as sugestões como um pleito, mas não podia se comprometer com elas.
O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, definiu o aumento de 13% como “um absurdo” e avisou que não tem como aplicar ao plano de carreira.
– É como dar meu cartão de crédito para outra pessoa gastar – comparou Colombo.
Em Santa Catarina, a folha do magistério praticamente dobrou entre 2011 e 2014.
PEDIDO DE SOCORRO
Segundo a falar na reunião com o ministro da Educação, o secretário do Rio Grande do Sul, Vieira da Cunha, pediu socorro ao governo federal para pagar o piso do magistério. Repetiu a tese defendida na campanha, quando concorreu a governador, de que é preciso mudar a lei para que Estados em situação financeira delicada, como o Rio Grande do Sul, possam recorrer à União.
Vieira ainda não tem ideia de qual seria o impacto do reajuste de 13,01% nas contas do Estado, se pagasse o piso. Hoje, ele pretende discutir com o secretário da Fazenda, Giovani Feltes, a manutenção do completivo que o governo anterior vinha pagando para que nenhum professor recebesse, por mês, menos do que o piso nacional.
O governo Sartori não tem como deixar de atualizar o completivo, que era tratado como um deboche pela oposição que agora está no poder. Não há, no entanto, qualquer perspectiva de pagamento do piso como básico do plano de carreira do magistério.
ALIÁS
Com o aumento do piso dos professores, que continuará não sendo pago, ficará ainda mais difícil para o governador José Ivo Sartori justificar a sanção dos reajustes para o subsídio dele, dos secretários, dos magistrados, dos deputados e dos membros do Ministério Público.
POLÍTICA + | Rosane de Oliveira
PISO DO MAGISTÉRIO SOBE PARA R$ 1.917,78
No encontro que teve ontem em Brasília com 23 dos 27 secretários da Educação, o ministro Cid Gomes confirmou que o piso do magistério terá aumento de 13,01% e passará paraR$ 1.917,78 a partir deste mês para os professores que trabalham 40 horas por semana. Cid Gomes confirmou o que já era esperado com base no valor do Fundeb por aluno: o aumento equivale ao dobro da inflação.
Os secretários fizeram coro para dizer que Estados e municípios não têm condições de bancar o piso com aumentos reais tão elevados e pediram que o governo trabalhe pela aprovação do projeto que muda o indexador para o INPC, e que está no Congresso desde que a lei do piso foi sancionada pelo então presidente Lula.
O presidente do Conselho dos Secretários de Educação, Eduardo Deschamps, de Santa Catarina, lembrou que o próprio Cid, na condição de governador do Ceará, assinou um documento pedindo a alteração do indexador.
Os secretários também estão empenhados em mudar a lei para que todos os que passam por aperto financeiro possam receber ajuda da União. Para isso, seria preciso alterar o texto, hoje bastante restritivo.
O secretário catarinense sugeriu que Cid abra uma mesa de negociação com as entidades representativas dos professores para discutir a mudança na lei. O ministro se dispôs a abrir o diálogo, mas não deu muita esperança aos secretários. Disse que recebia as sugestões como um pleito, mas não podia se comprometer com elas.
O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, definiu o aumento de 13% como “um absurdo” e avisou que não tem como aplicar ao plano de carreira.
– É como dar meu cartão de crédito para outra pessoa gastar – comparou Colombo.
Em Santa Catarina, a folha do magistério praticamente dobrou entre 2011 e 2014.
PEDIDO DE SOCORRO
Segundo a falar na reunião com o ministro da Educação, o secretário do Rio Grande do Sul, Vieira da Cunha, pediu socorro ao governo federal para pagar o piso do magistério. Repetiu a tese defendida na campanha, quando concorreu a governador, de que é preciso mudar a lei para que Estados em situação financeira delicada, como o Rio Grande do Sul, possam recorrer à União.
Vieira ainda não tem ideia de qual seria o impacto do reajuste de 13,01% nas contas do Estado, se pagasse o piso. Hoje, ele pretende discutir com o secretário da Fazenda, Giovani Feltes, a manutenção do completivo que o governo anterior vinha pagando para que nenhum professor recebesse, por mês, menos do que o piso nacional.
O governo Sartori não tem como deixar de atualizar o completivo, que era tratado como um deboche pela oposição que agora está no poder. Não há, no entanto, qualquer perspectiva de pagamento do piso como básico do plano de carreira do magistério.
ALIÁS
Com o aumento do piso dos professores, que continuará não sendo pago, ficará ainda mais difícil para o governador José Ivo Sartori justificar a sanção dos reajustes para o subsídio dele, dos secretários, dos magistrados, dos deputados e dos membros do Ministério Público.
Nenhum comentário:
Postar um comentário