EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

domingo, 11 de janeiro de 2015

A FICÇÃO DO PISO DO MAGISTÉRIO



ZERO HORA 11 de janeiro de 2015 | N° 18039


EDITORIAL


Se a lei não tem como ser cumprida, o poder público também não pode simplesmente ignorá-la para sempre, mantendo o piso distante da realidade.


Nada pode atestar melhor a dificuldade de Estados como o Rio Grande do Sul em lidar com prioridades típicas do setor público do que a alegada impossibilidade de arcar com o piso salarial do magistério, ampliada agora com o novo reajuste. Não há, de fato, recursos para bancá-lo, e é ilusão imaginar que o dinheiro possa vir da União. Mas, se o Estado que acaba de rever os vencimentos de categorias mais influentes, incluindo os ganhos do próprio governador não tem condições de remunerar adequadamente sequer os professores, só resta à sociedade cobrar a definição de prioridades com mais clareza.

Se a lei não tem como ser cumprida, o poder público também não pode simplesmente ignorá-la para sempre, mantendo o piso distante da realidade. Como a maioria dos Estados não paga, a alternativa dos governadores em dificuldades é definir, junto com suas bancadas no Congresso, uma estratégia conjunta em âmbito nacional sobre o que é possível assumir e em que prazo. Isso iria permitir, pelo menos, que os professores tivessem um horizonte mais definido pela frente.

Remuneração condizente com a atividade exercida não é o único fator com potencial para garantir a recuperação da qualidade perdida na educação pública do Estado. Nas escolas estaduais, há déficit de professores, de formação e atualização dos quadros, de instalações físicas adequadas, de material pedagógico para uso em sala de aula. E a categoria, que ficou em segundo plano com a universalização acelerada do ensino nos últimos anos, hoje é composta em grande parte por profissionais contratados temporariamente, por tempo indeterminado. Ainda assim, é difícil imaginar que algum servidor público possa se sentir valorizado se não há uma determinação por parte do poder público de remunerá-lo adequadamente.

Se um dos problemas para cumprir a lei que manda pagar o piso é o indexador usado para corrigi-lo, os governadores precisam se mobilizar por uma alternativa. E uma saída, ainda que seja difícil imaginar facilidades por parte do Congresso, seria substituir a variação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) por um índice mais próximo da inflação real.

De nada adianta um piso salarial de professores que só existe no papel. O Rio Grande do Sul e os demais Estados em dificuldades precisam assegurar as condições para cumpri-lo.



Editorial publicado antecipadamente no site de Zero Hora, na quinta-feira, com links para Facebook e Twitter. Os comentários para a edição impressa foram selecionados até as 18h de sexta-feira. A questão: Você concorda com o editorial em que é preciso definir como e quando o Estado poderá pagar o piso dos professores?

O LEITOR CONCORDA

É necessária, sim, uma data para que seja implantado, visto que o país tem dinheiro. Basta vermos todos os dias notícias de desvios. Então, não é justo o trabalhador ficar anos sendo enrolado, sendo dito que não há recursos e vermos no jornal bilhões sendo roubados todos os dias. Tem que se moralizar este país.

MIGUEL GARCIA PORTO XAVIER (RS)

Essa enrolação foi o motivo da derrota daquele que mentiu para o magistério. Agora é com o governo atual. Decide logo. Já não é sem tempo. Chega de ironias do tipo quem quer piso, que compre na ferragem. Chega de incompetência e desrespeito com a educação pública do Rio Grande do Sul.

ANTONIO SOUZA URUGUAIANA (RS)

Concordo em tudo que for melhor para a classe dos professores.

ELDRO OLIVEIRA BAGÉ (RS)

DO FACEBOOK

Concordo, porque para os professores nunca tem dinheiro.

NARA MARIA FABRIS JANDREY

O LEITOR DISCORDA

Não concordo, simplesmente porque é ridícula a discussão de precisar definir o pagamento do piso do professores para sabe-se lá quando, aguardando a boa vontade dos nossos governantes. Profissionais como nossos docentes, que passam por tantos desafios para tentarem fazer com que nossos jovens possam fazer um futuro melhor (parece frase batida, mas não cabe outra no contexto), necessitam de aplicação imediata do piso aprovado, pois isso não é um favor, mas uma obrigação do Estado e de todos nós valorizarmos esses profissionais.

JULIANO PEREIRA DOS ANJOS NOVA SANTA RITA (RS)

DO FACEBOOK

ZH, vcs estão mesmo perguntando se a população acha que as leis devem ser cumpridas pelo governo?

CARLA MORAIS

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