EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

ENEM: UM FIASCO!



ZERO HORA 15 de janeiro de 2015 | N° 18043


MARIA CELESTE LEITZKE*



Em 14 de março de 2000, ao escrever sobre educação, na opinião de ZH, eu afirmava que... “a continuarmos com esta despreocupação quanto ao ensino básico, vamos, daqui a alguns anos, considerar alfabetizados aqueles indivíduos, que, mal e parcamente assinem os seus nomes”. Quinze anos se passaram e o quadro se revela muitas vezes pior do que o que imaginei! No último Enem, quase 6,2 milhões de alunos prestaram exame para tentar, no futuro, uma vaga nas universidades. Pasmem... 530 mil tiraram zero na redação, apenas 250 tiraram 10! O desempenho vem caindo a cada ano, tendo, de 2013 para 2014, despencado 9,7%!

O senhor ministro da Educação alegou no Jornal Nacional que “o aluno tem muitas matérias, muitas vezes desnecessárias à sua área de interesse e isso o desanima, daí o mau desempenho”.

Que desculpa absurda! Estudei latim no ginásio. Não sabia para que, mas isso nunca foi desculpa para um mau desempenho em qualquer disciplina.

Por favor, senhor ministro e secretários estaduais e municipais da Educação. Despertem! Aceitem e tenham coragem de encarar o problema simples, mas absolutamente básico e indispensável à melhoria do ensino do Brasil! Os alunos não podem sair do ensino básico sem saber ler, escrever e interpretar! É simples assim! Não existe mágica!

Programa de alfabetização na idade certa (até aos oito anos). Absurdo! Há décadas, se não séculos, os alunos entravam na escola aos seis anos; eram alfabetizados; aos sete, estavam no 2º ano e aos oito no 3º, completamente alfabetizados. Será que as crianças “emburreceram” e por isso têm que ser alfabetizadas mais tarde ou esta proposta interessa às estatísticas do governo? Não. As crianças não “emburreceram”. Muito pelo contrário! Hoje, estão muito mais prontas e capazes de absorver tudo o que lhes ensinamos. Onde ficou a aula de leitura e escrita, orientada, como atividade diária em sala de aula? Neste assunto, precisamos voltar ao passado!

Não permitam que os alunos deixem o ensino básico sem saber ler, escrever pensar e interpretar e o Ensino Médio, com certeza, passará a apresentar resultados surpreendentes.



PROFESSORA, ALFABETIZADORA E PSICOPEDAGOGA*

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