ZERO HORA 29 de março de 2014 | N° 17747
ARTIGOS
por Ronald Krummenauer*
O Brasil revolucionou o acesso à educação nos últimos 50 anos. Nossos pais ou avós não encontravam escolas para estudar, e hoje, em quase todo o país, as vagas estão disponíveis e isso é muito bom. Mas, infelizmente, por enquanto, a revolução parou aí.
Na mais recente avaliação do Pisa – Programa Internacional de Avaliação de Estudantes –, o Brasil ficou em 58º em matemática, 55º em leitura e em 59º em ciências. Muito pouco para um país que vem quantitativamente abrindo vagas há mais de 50 anos. Como os números demonstram nesta e em outras avaliações, qualitativamente ainda temos um longo caminho a percorrer.
O Pisa é realizado em 65 países. É uma iniciativa internacional de avaliação comparada, aplicada a estudantes na faixa dos 15 anos, idade em que se pressupõe o término da escolaridade básica obrigatória na maioria dos países. Esse indicador mostra como estamos. E não estamos bem.
Olhando para os responsáveis por essa educação, ou seja todos, quais são os pontos de vista? Dos pais, a satisfação de ter uma escola disponível para os filhos já é um grande alívio. Dos governos, a escassez dos orçamentos. Como pagar bem professores e ainda manter as escolas em boas condições de infraestrutura? Dos professores, a eterna luta por melhores salários. E os alunos? Como ter interesse em aulas com professores com baixa autoestima, familiares que não acompanham as tarefas de casa, escolas com problemas de gestão. E mais, quais são os objetivos em comum? Como vamos evoluir como sociedade se os diferentes pontos de vista não se encontram?
Se acreditarmos que só temos direitos e pouco ou nada de deveres e responsabilidades na sociedade, não sairemos dessas armadilhas.
Como encontrar o equilíbrio? Certamente com muitas tarefas de governos como garantia de acesso e permanência dos alunos nas escolas, avaliação da aprendizagem dos professores, valorização do magistério e, principalmente, uma gestão eficiente dos recursos públicos. Os professores podem reivindicar salários, mas também devem exigir e colaborar para uma maior qualificação do nosso ensino.
E nós, como sociedade, não podemos continuar acreditando que basta ter o prédio da escola, que o aprendizado se dará naturalmente.
Sem entender que somos todos responsáveis pela educação, o caminho não será percorrido. Pais, professores, alunos, governo e sociedade devem se unir por essa causa.
*DIRETOR-EXECUTIVO DA POLO RS – AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO E DA AGENDA 2020
ARTIGOS
por Ronald Krummenauer*
O Brasil revolucionou o acesso à educação nos últimos 50 anos. Nossos pais ou avós não encontravam escolas para estudar, e hoje, em quase todo o país, as vagas estão disponíveis e isso é muito bom. Mas, infelizmente, por enquanto, a revolução parou aí.
Na mais recente avaliação do Pisa – Programa Internacional de Avaliação de Estudantes –, o Brasil ficou em 58º em matemática, 55º em leitura e em 59º em ciências. Muito pouco para um país que vem quantitativamente abrindo vagas há mais de 50 anos. Como os números demonstram nesta e em outras avaliações, qualitativamente ainda temos um longo caminho a percorrer.
O Pisa é realizado em 65 países. É uma iniciativa internacional de avaliação comparada, aplicada a estudantes na faixa dos 15 anos, idade em que se pressupõe o término da escolaridade básica obrigatória na maioria dos países. Esse indicador mostra como estamos. E não estamos bem.
Olhando para os responsáveis por essa educação, ou seja todos, quais são os pontos de vista? Dos pais, a satisfação de ter uma escola disponível para os filhos já é um grande alívio. Dos governos, a escassez dos orçamentos. Como pagar bem professores e ainda manter as escolas em boas condições de infraestrutura? Dos professores, a eterna luta por melhores salários. E os alunos? Como ter interesse em aulas com professores com baixa autoestima, familiares que não acompanham as tarefas de casa, escolas com problemas de gestão. E mais, quais são os objetivos em comum? Como vamos evoluir como sociedade se os diferentes pontos de vista não se encontram?
Se acreditarmos que só temos direitos e pouco ou nada de deveres e responsabilidades na sociedade, não sairemos dessas armadilhas.
Como encontrar o equilíbrio? Certamente com muitas tarefas de governos como garantia de acesso e permanência dos alunos nas escolas, avaliação da aprendizagem dos professores, valorização do magistério e, principalmente, uma gestão eficiente dos recursos públicos. Os professores podem reivindicar salários, mas também devem exigir e colaborar para uma maior qualificação do nosso ensino.
E nós, como sociedade, não podemos continuar acreditando que basta ter o prédio da escola, que o aprendizado se dará naturalmente.
Sem entender que somos todos responsáveis pela educação, o caminho não será percorrido. Pais, professores, alunos, governo e sociedade devem se unir por essa causa.
*DIRETOR-EXECUTIVO DA POLO RS – AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO E DA AGENDA 2020
Nenhum comentário:
Postar um comentário