EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

sábado, 28 de janeiro de 2012

LONGE DO PISO

PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA - ZERO HORA 28/01/2012

Aumento real, mas longe do piso

O reajuste de 23,5% em três parcelas, oferecido ontem aos professores estaduais, não tem precedente no Rio Grande do Sul desde que a economia se estabilizou, mas como o piso salarial nacional deve ter aumento de 22% em março, o Estado continuará longe de cumprir o mínimo estabelecido em lei. Comparado à inflação, que no ano passado ficou na casa de 6%, o índice é excelente. O problema é que ele incide sobre um básico muito baixo e, por isso, os professores continuarão ganhando pouco.

Se o magistério aceitar a proposta apresentada pelos secretários Carlos Pestana e Jose Clovis Azevedo, receberá em dois anos 36,97%, num período em que o INPC acumulado é de 12,92%. O governo está oferecendo um aumento real que provoca impacto de R$ 800 milhões na folha de pagamento e abrange professores ativos e inativos e servidores de escolas, mas não conseguirá se livrar da pecha de que não paga o piso. Se o índice de correção do piso continuar tão acima da inflação, não pagará tão cedo.

Embora o Piratini tenha corrido a contestar o secretário da Fazenda, Odir Tonollier, quando disse que, se o índice de correção não for alterado, será impossível cumprir a promessa de pagar o piso até 2014, esse é o cenário mais realista. A expectativa no Piratini é de que uma mobilização de governadores em apuros para pagar o piso faça os deputados e senadores aprovarem uma proposta de correção pelo INPC, sob pena de Estados e municípios não conseguirem cumprir o compromisso.

Com o aumento de 22%, o piso nacional, que hoje é de R$ 1.187, deve subir para cerca de R$ 1.450, para uma jornada de 40 horas semanais. Com o reajuste proposto pelo governo, o básico do magistério gaúcho chegará a R$ 977,04 em fevereiro de 2013. Hoje, são cerca de 5 mil os professores que recebem menos do que o piso, mas essa não é a preocupação do Cpers. O que o sindicato quer é o piso como salário básico sobre o qual incidem todas as vantagens. A solução proposta pelo ex-ministro da Educação Fernando Haddad é a adequação do plano de carreira do magistério, uma alternativa que não passa pela cabeça dos dirigentes do Cpers.

ALIÁS - No dia em que o governo ofereceu o reajuste de 23,5% para os professores, o Conselho Estadual de Educação deu sinal verde para as mudanças no Ensino Médio, rejeitadas pelo Cpers.


REAJUSTE EM DEBATE. Governo propõe aumento de 23,5% para magistério. Professores começam a discutir na semana que vem se aceitam reajuste, a ser pago em três parcelas - ZERO HORA 28/01/2012

O governo apresentou ontem uma nova proposta de aumento aos professores da rede pública do Rio Grande do Sul. Divulgado em audiência com o Cpers na Capital, o reajuste oferecido é de 23,5%, dividido em três parcelas. A categoria deve começar a discutir os índices oferecidos pela administração estadual a partir da próxima semana.

Aassembleia dos professores para avaliar a oferta está marcada apenas para março, após as férias escolares. A reunião de ontem ocorreu na sede da Companhia de Processamento de Dados do Rio Grande do Sul (Procergs).

A primeira das parcelas, de 9,84%, seria paga em maio. Outra, de 6,08%, no mês de novembro, e a última, de 6%, em fevereiro de 2013. O governo, entretanto, não apresentou um calendário para o pagamento do piso nacional, principal reivindicação da categoria.

O chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, ressaltou que o percentual oferecido foi calculado com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), e que é “um dos maiores já oferecidos nos últimos governos”.

– O valor corresponde a 185,7% a mais do que a inflação acumulada no período de 2010/2011. Somando com o reajuste de 2011, teremos 36,98% de aumento – calculou Pestana.

Cálculo do índice oferecido é questionado

Ao todo, serão desembolsados R$ 800 milhões até fevereiro do ano que vem, provenientes do Caixa Único do Estado. Para o secretário de Educação Jose Clovis de Azevedo, outros pontos de negociação seguem na pauta, como o desconto dos dias parados na última greve, questão que ainda segue sem definição.

Decepcionada com a não apresentação de um calendário para o pagamento do piso nacional, a presidente do Cpers, Rejane de Oliveira, afirmou que o governo está deixando de lado a maior reivindicação da categoria.

– O governo não apresenta um calendário de pagamento do piso porque não sabe de quanto será o reajuste do piso nos próximos anos. Isso para nós é muito grave. Quando alguém quer pagar uma dívida, e diz que vai pagar até 2014, deveria dizer como vai pagar – reclamou.

Rejane questionou, ainda, o índice oferecido pelo governo. Segundo ela, o aumento real em 2012 será de apenas 6,08%, menor do que os 10,91% pagos em 2011:

– Em maio, é incorporação do abono, que representa R$ 38,91. Isso não muda exatamente nada na nossa categoria, apesar de ser uma reivindicação. Mas, em termos de valorização profissional, é seis por meia dúzia. Isso já está no nosso contracheque.


PROPOSTA - Confira como fica o vencimento básico dos professores com o aumento proposto pelo governo:

PARA 20 HORAS SEMANAIS
- Atualmente – R$ 395,54
- Maio – R$ 434,46
- Novembro – R$ 460,87
- Fevereiro de 2013 – R$ 488,52

PARA 40 HORAS SEMANAIS
- Atualmente – R$ 791,08
- Maio – R$ 868,92
- Novembro – R$ 921,75
- Fevereiro de 2013 – R$ 977,05

Fonte: Fonte: governo do Estado

Nenhum comentário:

Postar um comentário