EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

DESESTÍMULO CONTAGIANTE


EDITORIAL ZERO HORA 17/01/2012

Com salários que variam entre R$ 395 e R$ 1.186, estão abertas as inscrições do concurso do magistério da Secretaria de Educação do Estado para selecionar 10 mil professores para a rede pública. Embora os valores constantes no edital do concurso não sejam os reais, até mesmo porque ninguém pode receber menos do que o salário mínimo, basta uma singela comparação com profissões que sequer exigem qualquer formação para se perceber por que a educação brasileira ocupa colocações tão ruins nas aferições internacionais. O ciclo vicioso começa por aí: a baixa remuneração não só é desestimulante para quem está na profissão como também passa a atrair apenas pessoas que não conseguem outra colocação melhor no mercado de trabalho; e profissionais desestimulados, com raras exceções, executam de forma deficiente suas atividades. O resultado dessa cascata de problemas é bem conhecido: educação de má qualidade.

Não é uma equação simples de resolver. Se fosse apenas pela vontade política dos governantes, certamente todos estariam pagando o piso nacional do magistério, que, com o recente reajuste anunciado pelo governo federal, deve ultrapassar R$ 1,5 mil. No mínimo, colheriam os dividendos políticos da medida. Mas a verdade insofismável é que a maioria dos Estados e municípios não dispõe de recursos orçamentários para fazer frente à despesa, principalmente em situações em que o contingente de professores é numeroso e a quantidade de aposentados rivaliza com os profissionais em atividade.

Ainda assim, não há outro caminho para a qualificação do ensino no país que não passe pela remuneração justa aos profissionais de educação como ponto de partida para a revalorização do ofício. A ideia generalizada de que docência é sacerdócio precisa ser superada, pois também serve de combustível para o desânimo. Professor é um profissional diferenciado, tem formação específica e conhecimento didático para formar pessoas. Merece ser reconhecido e valorizado por isso. Esse deveria ser o atrativo maior aos candidatos que buscam o concurso do magistério.

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