EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

sábado, 22 de novembro de 2014

PARA 89% DOS BRASILEIROS, ESCOLAS PÚBLICAS SÃO VIOLENTAS



O Estado de S. Paulo 21 Novembro 2014 | 10h 00


Luiz Fernando Toledo e Victor Vieira



Pesquisa ouviu 3 mil pessoas em todo o País; ambiente de agressões é visto como entrave para avanço de qualidade

SÃO PAULO - Estudo do Instituto de Pesquisa Data Popular apontou que 89% dos brasileiros consideram que há muita violência nas escolas públicas do País. Alunos desrespeitosos e professores desmotivados são outros gargalos apontados no estudo. A segurança, de acordo com o levantamento, é o fator mais relevante para assegurar a qualidade de ensino, seguido por valorização de professores e funcionários.

A pesquisa "A educação e os profissionais da educação", realizada a pedido da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), ouviu 3 mil pessoas de todo o País em setembro deste ano. Os casos mais recorrentes de violência relatados foram agressão verbal (40%), física (35%), bullying (23%), vandalismo (21%), e discriminação (16%) e roubo (12%). Violência sexual e assassinato também são mencionados, em menor número.

Qualidade de ensino. Para 32% dos entrevistados, a qualificação e preparação dos professores representam o que há de mais importante para se obter educação de qualidade. Também são mencionados a preparação do aluno para o mercado de trabalho (15%), melhores salários aos professores (14%), infraestrutura (12%), fim da reprovação automática (12%),entre outros itens.

Como benefício do ensino qualificado, 55% disseram que haveria redução da violência. Em segundo lugar, o combate à pobreza (50%). Empregos melhores (44%) e formação profissional mais sólida também foram mencionados.O estudo ainda apontou que, para 59% dos brasileiros, o País está longe de ter uma educação de qualidade. Outros 33% acreditam que o Brasil está "próximo" de atingir tal objetivo e apenas 6% afirmam que a meta já foi conquistada.

Em relação às perspectivas de entrada no mercado de trabalho, os entrevistados se dividiram - 48% consideraram que quem estuda em escola particular tem melhores chances. Já 45% dizem que não o tipo de escola não influencia no futuro emprego. Houve ainda quem dissesse que a escola pública assegura mais possibilidade de empregos melhores - 6%.

"A educação é vista hoje como a porta de futuro de uma sociedade melhor", afirmou Renato Meirelles, presidente do Data Popular. "As pessoas falavam que se pode tirar o Bolsa-Família, o emprego, mas a educação ninguém tira", disse. Segundo Meirelles, existe um descompasso entre a importância simbólica dada ao professor e o valor que a população imagina que o profissional receba.

"Perguntamos qual a profissão com nível superior com os melhores salários. O professor apareceu com 1% das citações", disse Renato Meirelles. "Depois, perguntamos qual deveria ser a profissão melhor remunerada. Aí eles apareceram no topo da lista", completou.

Mudança de paradigma. Para a especialista em violência escolar Miriam Abramovay, a percepção de insegurança na sociedade se repete dentro da sala de aula. "Tivemos uma democratização muito grande do ensino, mas a escola não mudou para receber uma população que ela não recebia antes ", afirma a pesquisadora da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO).

A formação de professores para entender o universo dos alunos, de acordo com Miriam, é uma solução. "Mas se pensam apenas medidas punitivas, repressivas", critica. Outra saída é dar mais voz às crianças e adolescentes. "Os jovens devem ter participação ativa. Devem fazer seus próprios diagnósticos sobre o que acontece na escola", defende.

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