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domingo, 20 de julho de 2014

ASSALTOS VIRAM ROTINA NO PORTÃO DE ESCOLA

DIÁRIO GAÚCHO 19/07/2014 | 08h01

Eduardo Torres

Assaltos viram rotina no portão de escola no Bairro Floresta. No intervalo de apenas dez dias, pelo menos 15 alunos foram vítimas de assaltos na chegada à escola Marechal Floriano Peixoto, no Bairro Floresta. Celulares são os principais alvos do bandido que ataca armado



Assaltos assustam estudantes do Colégio Estadual Marechal Floriano PeixotoFoto: Marcelo Oliveira / Agencia RBS


Chegar à escola sem ser assaltado virou missão quase impossível nos últimos dias para os alunos do Colégio Estadual Marechal Floriano Peixoto, no Bairro Floresta. No intervalo de apenas dez dias, a estimativa é de que pelo menos 15 estudantes tenham sido roubados nos poucos metros a percorrer desde o corredor de ônibus na Avenida Farrapos até o portão da escola, na Rua Comendador Coruja. Seria um bandido, sempre armado.

- É um rapaz que aparece armado e leva os celulares, dinheiro e o que puder carregar de roupas, sempre no horário entre as 7h e 8h, quando os alunos estão chegando - diz a diretora da escola, Maria Beatriz Lazzarotto.

Em tão poucos dias de violência repetida, o medo já forçou decisões extremas. Pelo menos três pais decidiram retirar os filhos do Marechal Floriano, em nome da segurança. Foi assim com um aluno de 15 anos, do primeiro ano do ensino médio. Ele havia entrado na escola há menos de um mês, justamente por causa dos assaltos no local onde estudava antes, em outro ponto da Zona Norte. Na quinta da semana passada, foi atacado na esquina da escola. O bandido levou o boné e um celular.

- É uma tristeza, porque o teu filho sai de casa para ir à escola e tu já não sabes o que vai acontecer - desabafa a mãe.

Na quarta, ela cancelou a matrícula do filho e já o transferiu para outra escola.

Não adianta mudar a estratégia

Quem continua no Marechal Floriano, apela para estratégias de fuga. Na hora da saída, geralmente os alunos vão em grupos até o corredor da Avenida Farrapos. Na chegada, uma estudante de 15 anos até tentou uma outra forma de despistar o bandido. Se deu mal.

- Eu sabia que estavam roubando no corredor, então ontem (quarta) resolvi vir de lotação. Não adiantou nada - conta a estudante.

Ela foi abordada assim que desembarcou. Entregou os R$ 20 que tinha para o ladrão.

O roteiro dos roubos é sempre o mesmo. O auge foi terça passada, quando, em questão de minutos, o mesmo assaltante levou os pertences de três jovens. Um deles, de 15 anos, foi vítima da "escolha" do bandido.

- Eu vi, quando entrei na rua da escola, que ele iria roubar uma menina na minha frente. Mas, quando viu o meu celular, que é mais moderno que o dela, me atacou - lembra.

Ele ainda resistiu, mas entregou o aparelho quando o bandido lhe apontou a arma.

Com policiamento, bandido não apareceu

Nas manhãs de quinta e sexta, ninguém foi assaltado no portão da escola. Foi resultado da primeira reação concreta da direção. Por volta das 7h de quinta, a diretora ligou para o comando do 9º BPM. Em minutos, duas viaturas estavam rondando a região.

- Já encaminhei um ofício também para o Comando-Geral da Brigada. Precisamos de uma resposta para a comunidade - diz ela.

De acordo com o comandante da 4ª Companhia do 9º BPM, capitão Ezequiel Rohers, já foram intensificadas as ações de inteligência e patrulhamento ostensivo na região desde a denúncia dos fatos.

O Marechal Floriano conta com um PM residente, mas faria pouca diferença. É que o policial que mora nas instalações da escola ainda está na ativa. Não é atribuição dele, por exemplo, fazer a guarda no portão no momento da chegada dos alunos.

A maior parte dos ataques, no entanto, sequer foi registrada na 17ª DP, que responde pela investigação dos crimes nessa área da cidade.

Celular foi recuperado por R$ 200

A foto de um suspeito chegou a ser impressa pelos estudantes e colada no corredor da escola. É a imagem de um jovem, capturada pelo celular de uma aluna de 15 anos, roubada na última sexta.

Atacada na chegada da escola, ela conseguiu recuperar o aparelho na terça, da forma mais arriscada. O seu pai comprou o iphone de receptadores nas proximidades do Camelódromo, no Centro. E, desde então, outras vítimas têm tentado recuperar os aparelhos dessa forma.

De acordo com eles, porém, o suspeito da foto não é o único assaltante que vem aterrorizando a região nos últimos dias. Haveria pelo menos outro bandido, que chegou a ser perseguido por um grupo de alunos na quarta e escapou correndo.

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