ZERO HORA 01 de abril de 2014 | N° 17750
NA REDE ESTADUAL. Levantamento de Zero Hora feito em 54 escolas mostra que 26 têm necessidade de mais profissionais em 20 disciplinas
Na disputa entre o governo estadual e o Cpers/Sindicato, fica a dúvida sobre se faltam – e quantos – professores nas escolas gaúchas. Conforme levantamento feito por Zero Hora, mais de um mês após o início das aulas, a carência de profissionais ainda faz com que alunos sejam dispensados e voltem para casa sem preencher uma linha sequer de seus cadernos.
As informações colhidas por ZH mostram que há estabelecimentos de ensino precisando de docentes. Das cem escolas contatadas nas 10 maiores cidades do Estado, 54 responderam ao levantamento. Destas, 26 (48,1%) precisam de professores. A carência de profissionais atinge 20 disciplinas, principalmente geografia, história, matemática e química.
Burocracia estatal, má gestão de algumas direções e uma pitada do tradicional “jeitinho brasileiro” são as principais causas que levam o Rio Grande do Sul a ter salas de aula vazias em pleno ano letivo. Enquanto isso, mais de 12 mil aprovados no concurso do magistério esperam para assumir suas vagas.
– Iniciamos o ano faltando vários professores na escola – relatou Sônia Beretta, vice-diretora da Escola Estadual de Ensino Médio Heitor Villa Lobos, de Gravataí,.
Nos 28 estabelecimentos com o quadro de professores completo, o clima é de comemoração.
– Parece mentira, mas no momento está completo. Olha que é difícil – exaltou Cristina Feijó Ribeiro, vice-diretora da Escola Estadual de Ensino Médio Setembrina, de Viamão, ao responder a pesquisa por telefone.
A Secretaria da Educação, no entanto, rebate o número repassado pelas direções das escolas com os dados do sistema informatizado de controle de recursos humanos. Chamado de Informativo da Secretaria de Educação (ISE), ele ainda está sendo implantado, mas já mostra se houve ou não solicitação por parte da instituição.
Segundo o governo, “não há pedido no ISE” em seis das 26 escolas que informaram a Zero Hora precisar de mais docentes.
Nas demais instituições, a secretaria informa que o professor está em fase de contratação ou que, para solucionar a questão, a escola fará ajustes internos na carga horária dos profissionais.
Ainda conforme o Estado, ao precisar de docentes, a direção da escola deve formalizar pedido por via eletrônica (pendrive ou CD) ou pessoalmente, na Coordenaria Regional de Educação (CRE) à qual pertence.
As direções das instituições, por outro lado, respondem que é neste momento que muitas escolas são convencidas a dar um jeito para não deixar os alunos sem aulas.
Assim, em algumas situações, estende-se a carga horária dos professores em atividade ou retira-se um docente de um turma para solucionar o problema de outra.
LETÍCIA COSTA
NA REDE ESTADUAL. Levantamento de Zero Hora feito em 54 escolas mostra que 26 têm necessidade de mais profissionais em 20 disciplinas
Na disputa entre o governo estadual e o Cpers/Sindicato, fica a dúvida sobre se faltam – e quantos – professores nas escolas gaúchas. Conforme levantamento feito por Zero Hora, mais de um mês após o início das aulas, a carência de profissionais ainda faz com que alunos sejam dispensados e voltem para casa sem preencher uma linha sequer de seus cadernos.
As informações colhidas por ZH mostram que há estabelecimentos de ensino precisando de docentes. Das cem escolas contatadas nas 10 maiores cidades do Estado, 54 responderam ao levantamento. Destas, 26 (48,1%) precisam de professores. A carência de profissionais atinge 20 disciplinas, principalmente geografia, história, matemática e química.
Burocracia estatal, má gestão de algumas direções e uma pitada do tradicional “jeitinho brasileiro” são as principais causas que levam o Rio Grande do Sul a ter salas de aula vazias em pleno ano letivo. Enquanto isso, mais de 12 mil aprovados no concurso do magistério esperam para assumir suas vagas.
– Iniciamos o ano faltando vários professores na escola – relatou Sônia Beretta, vice-diretora da Escola Estadual de Ensino Médio Heitor Villa Lobos, de Gravataí,.
Nos 28 estabelecimentos com o quadro de professores completo, o clima é de comemoração.
– Parece mentira, mas no momento está completo. Olha que é difícil – exaltou Cristina Feijó Ribeiro, vice-diretora da Escola Estadual de Ensino Médio Setembrina, de Viamão, ao responder a pesquisa por telefone.
A Secretaria da Educação, no entanto, rebate o número repassado pelas direções das escolas com os dados do sistema informatizado de controle de recursos humanos. Chamado de Informativo da Secretaria de Educação (ISE), ele ainda está sendo implantado, mas já mostra se houve ou não solicitação por parte da instituição.
Segundo o governo, “não há pedido no ISE” em seis das 26 escolas que informaram a Zero Hora precisar de mais docentes.
Nas demais instituições, a secretaria informa que o professor está em fase de contratação ou que, para solucionar a questão, a escola fará ajustes internos na carga horária dos profissionais.
Ainda conforme o Estado, ao precisar de docentes, a direção da escola deve formalizar pedido por via eletrônica (pendrive ou CD) ou pessoalmente, na Coordenaria Regional de Educação (CRE) à qual pertence.
As direções das instituições, por outro lado, respondem que é neste momento que muitas escolas são convencidas a dar um jeito para não deixar os alunos sem aulas.
Assim, em algumas situações, estende-se a carga horária dos professores em atividade ou retira-se um docente de um turma para solucionar o problema de outra.
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