ZERO HORA 29 de abril de 2014 | N° 17778
RAQUEL LIANE DA SILVA*
A ideia de inclusão escolar, ou seja, abrir espaço dentro das escolas para as crianças portadoras de necessidades especiais, é amplamente difundida, discutida e revisada. Vários pensadores em educação propõem este tema, diante das inúmeras dificuldades enfrentadas, para que isso aconteça. Entre elas, falta de preparo profissional para acolher e trabalhar as necessidades dessas crianças, evidenciado muitas vezes em falas que mais reforçam o preconceito; falta de espaço, ambiente e materiais qualificados e as dificuldades de manejo e interação com o restante do grupo de crianças.
Gostaria de poder me deter apenas no terceiro aspecto, já que os dois primeiros não estão intimamente relacionados às próprias crianças, mas às estruturas que a priori deveriam ser pensadas e planejadas com esse fim, atendendo às legislações vigentes deste tema.
O que significa para um grupo de alunos ter um colega “especial”? Qual é o papel da professora frente à aprendizagem de uma criança que já se pressupõe ser limitada? Como os pais das crianças “normais” veem essa criança e as situações do cotidiano? Qual o papel da escola na educação para a vida e no ensino de valores?
Receber uma criança com necessidades especiais em aula não é apenas lhe dar uma vaga e colocá-la na sala. A crítica muitas vezes levantada é de que isso não é inclusão. Incluir, no dicionário Aurélio, quer dizer inserir, compreender, envolver.
Antes de tudo, essa criança deve ser vista como mais uma no grupo, no sentido de ter tanto direito de estar ali quanto qualquer outra, apesar de suas dificuldades e limitações, que, muitas vezes, estão presentes em qualquer criança, a sua forma. Depois, é preciso que essa criança seja compreendida em suas atitudes e modo de ser. A Declaração de Salamanca (1994) diz que “todos os alunos devem aprender juntos, sempre que possível, independentemente das dificuldades e diferenças que apresentem”.
Para que isso se torne realidade, é preciso, sim, investimentos em qualificação profissional e material, mas o mais importante é ter disponibilidade para aceitar as diferenças e convicção de que ações mudam situações. Muitas escolas têm sido agentes de transformação na vida de crianças e famílias, abrindo perspectivas antes pouco visualizadas. O mais importante, contudo, é que essas transformações não são benéficas apenas aos “diferentes”, mas tão e, quem sabe, até mais benéficas aos ditos “normais”.
Coordenadora escolar e psicopedagoga
RAQUEL LIANE DA SILVA*
A ideia de inclusão escolar, ou seja, abrir espaço dentro das escolas para as crianças portadoras de necessidades especiais, é amplamente difundida, discutida e revisada. Vários pensadores em educação propõem este tema, diante das inúmeras dificuldades enfrentadas, para que isso aconteça. Entre elas, falta de preparo profissional para acolher e trabalhar as necessidades dessas crianças, evidenciado muitas vezes em falas que mais reforçam o preconceito; falta de espaço, ambiente e materiais qualificados e as dificuldades de manejo e interação com o restante do grupo de crianças.
Gostaria de poder me deter apenas no terceiro aspecto, já que os dois primeiros não estão intimamente relacionados às próprias crianças, mas às estruturas que a priori deveriam ser pensadas e planejadas com esse fim, atendendo às legislações vigentes deste tema.
O que significa para um grupo de alunos ter um colega “especial”? Qual é o papel da professora frente à aprendizagem de uma criança que já se pressupõe ser limitada? Como os pais das crianças “normais” veem essa criança e as situações do cotidiano? Qual o papel da escola na educação para a vida e no ensino de valores?
Receber uma criança com necessidades especiais em aula não é apenas lhe dar uma vaga e colocá-la na sala. A crítica muitas vezes levantada é de que isso não é inclusão. Incluir, no dicionário Aurélio, quer dizer inserir, compreender, envolver.
Antes de tudo, essa criança deve ser vista como mais uma no grupo, no sentido de ter tanto direito de estar ali quanto qualquer outra, apesar de suas dificuldades e limitações, que, muitas vezes, estão presentes em qualquer criança, a sua forma. Depois, é preciso que essa criança seja compreendida em suas atitudes e modo de ser. A Declaração de Salamanca (1994) diz que “todos os alunos devem aprender juntos, sempre que possível, independentemente das dificuldades e diferenças que apresentem”.
Para que isso se torne realidade, é preciso, sim, investimentos em qualificação profissional e material, mas o mais importante é ter disponibilidade para aceitar as diferenças e convicção de que ações mudam situações. Muitas escolas têm sido agentes de transformação na vida de crianças e famílias, abrindo perspectivas antes pouco visualizadas. O mais importante, contudo, é que essas transformações não são benéficas apenas aos “diferentes”, mas tão e, quem sabe, até mais benéficas aos ditos “normais”.
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