Este blog mostrará as deficiências, o sucateamento, o descaso, a indisciplina, a ausência de autoridade, os baixos salários, o bullying, a insegurança e a violência que contaminam o ensino, a educação, a cultura, o civismo, a cidadania, a formação, a profissionalização e o futuro do jovem brasileiro.
EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR
Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.
sábado, 10 de novembro de 2012
POR UMA NOVA GERAÇÃO DE EDUCADORES
ZERO HORA 10 de novembro de 2012 | N° 17249. ARTIGOS
Kátia R. Maffei dos Reis*
Falar sobre educação gera polêmica. Uma pessoa lhe pergunta sua profissão e você responde: professor. Nesse momento, a expressão e os comentários de pena ganham a cena. Infelizmente, na opinião popular, professor é um trabalhador sofrido, injustiçado, que perdeu o respaldo e ainda recebe um salário miserável. Se assim fosse, a profissão já havia sido extinta. Afinal, por que continuar sendo professor se tudo é tão massacrante?
Acredito que essa ideia tão negativa começou a se propagar com notícias de violência contra o educador, com greves da classe, e pela má interpretação de algumas leis. As frases mais comuns são “professor não pode fazer nada”, “perdeu a autoridade”.
Comecei a trabalhar como professora há cinco anos, um ano depois de concluir a licenciatura em Letras. Inicialmente, apenas no turno da noite, porque eu gerenciava uma loja durante o dia; três anos depois, consegui trabalho em mais uma escola. Deixei o comércio para ser somente professora, atividade com a qual me realizo. Ser educador não é esse caos que fomentam por aí. A verdade é que os alunos mudaram. Os estudantes de hoje são a geração Z, da tecnologia, da inovação, o que também pede educadores de uma nova geração. Não precisa ser da mesma faixa etária, aliás, nem é possível, mas no mínimo com uma cabeça Z.
É comum ouvir discursos como “no meu tempo os alunos eram melhores”. Acontece que esse tempo já foi. Agora, o tempo é outro. Precisamos aceitar que a evolução deve ser acompanhada. E que bom que os alunos mudaram. São eles os responsáveis por deixar nossa mente tão aberta. Ser professor dessa geração é ter o privilégio de rejuvenescer todos os dias. É assim que eu me sinto. E isso não significa que eu não levo meu trabalho a sério. Pelo contrário. Sempre tenho minhas aulas bem elaboradas, exijo o empenho da gurizada, cobro muito diariamente, tudo é avaliado na minha aula: rendimento técnico, relações humanas, cumprimento de normas. Os adolescentes devem ter a consciência de que todos os atos geram alguma consequência. No entanto, tudo isso não precisa ser feito na base do berro, da ofensa, da régua, do grão de milho. Física ou verbal, violência gera mais violência. Isso não é novidade. Obviamente, sempre existem os dias difíceis, em que todas as tentativas de conduzir a aula parecem frustrantes. Há os momentos em que se faz necessário levantar o tom de voz e falar com firmeza, mas não com estupidez.
Dessa maneira é que se vai adquirindo respeito como professor. Precisamos parar de arranjar desculpas: famílias mal estruturadas, leis polêmicas, salários não tão atraentes. Com certeza, esses fatores devem ser pensados, mas não é por isso que podemos desistir das nossas convicções. Cada um deve fazer a sua parte e jamais esquecer que a educação se constrói com base em bons exemplos.
*Professora especialista de língua portuguesa e literatura das redes particular e municipal de ensino, em Farroupilha (RS)
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Infelizmente, a melhoria da educação brasileira não depende só de "uma nova geração de professores" , mas de respeito e valorização da pessoa do professor através de salários dignos, segurança, condições de trabalho, unidades escolares bem estruturadas e AUTORIDADE administrativa diante de direitos e da justiça.
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Um artigo muito bem escrito pela professora Kátia R. Maffei dos Reis. Realmente há INÚMEROS problemas, mas isso NÃO SIGNIFICA que o(a)s professore(a)s não consigam ajudar no processo de melhoria da Educação.
ResponderExcluirTenho uma opinião de que é muito fácil ser um(a) professor(a) quando todos os alunos são inteligentes, mas o(a) excelente professor(a) é AQUELE(A) que consegue, apesar de todas as barreiras, ensinar um aluno desmotivado, atrasado em termos de raciocínio, etc.