EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

EMERGÊNCIA NO ENSINO


EDITORIAL ZERO HORA, 09/02/2012

Mais do que preocupante, é vergonhosa para o Rio Grande do Sul a revelação do documento De Olho nas Metas de 2011 – Quarto Relatório de Monitoramento das 5 Metas do Todos pela Educação de que os estudantes gaúchos tiveram o pior desempenho, entre os 26 Estados e o Distrito Federal, no que toca à permanência no Ensino Fundamental depois dos 16 anos. A julgar pelos números preliminares do Censo Demográfico de 2010, fomos a única unidade da federação a não atingir as metas propostas pela ONG Todos pela Educação para a conclusão da 8ª série, ficando atrás de Acre, Roraima e Mato Grosso do Sul. O percentual obtido pelo Estado nesse quesito foi de 64,7% para uma meta de 71,2%, considerando-se o total de alunos desta faixa etária que concluem o Ensino Fundamental. O resultado coloca os gaúchos aquém do almejado, mesmo levando-se em conta a margem de erro. Outros Estados ficaram igualmente abaixo da meta buscada, mas a variação para menos deu-se dentro da referida margem.

O descumprimento da meta de idade máxima para conclusão do Ensino Fundamental combina-se, no caso gaúcho, com outros indicadores de gravidade similar. No 3º ano do Ensino Médio, 55% dos alunos ficaram abaixo da média em língua portuguesa. No caso de matemática, o percentual dos que não alcançaram a média foi de 80,6%. O Estado também registrava, de acordo com o Censo 2010, um contingente de 114.181 crianças de quatro a cinco anos fora da escola. A taxa de atendimento escolar a essa faixa etária no Rio Grande do Sul é de modestos 58,6%, o que lhe garante o penúltimo lugar entre os 26 entes federados, à frente apenas de Rondônia, com 57,1%. Acrescente-se a esse quadro, finalmente, um dado alarmante compartilhado por todos os Estados e pelo Distrito Federal: em nenhum deles foi atingida a meta intermediária de atendimento escolar proposta para o ano de 2010.

É tarefa difícil encontrar, na referida pesquisa, dados abonadores para o sistema educacional gaúcho. Digno de nota é o fato de que o Rio Grande apresentou o maior percentual de alunos do Ensino Médio com aprendizado adequado em língua portuguesa (45,1%), tendo superado a meta. No mesmo universo pesquisado, em matemática, o Estado apresentou o melhor índice de aprendizado adequado (19,4%). Segundo o próprio relatório, porém, “não há motivos para celebração, já que este Estado não atingiu as metas para o ano”, fixadas em 23,6%.

O Rio Grande do Sul tem um histórico de valorização da educação pública que remonta ao alvorecer da República, no século 19, e que é justamente apontado como determinante para os altos índices de escolaridade, leitura e desenvolvimento humano ostentados pelo Estado em mais de uma pesquisa. Esses ganhos, porém, correm o risco de se perder caso não seja revertido o cenário captado pelo Todos pela Educação. Não se trata de reivindicar ufanisticamente para o Rio Grande do Sul uma liderança isolada no terreno educacional, mas de ressaltar que esse desempenho deve ser dividido com os demais Estados por meio da elevação geral dos indicadores brasileiros e não da perda de posições, pelo Estado, no ranking do atendimento e do desempenho escolar. Só assim poderemos contribuir para que, em 2022, o país alcance, entre outras, a meta mais do que desejável de 98% das crianças e jovens cursando a educação básica.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - É uma vergonha! Aliás, para nós que enaltecemos todos os anos as façanhas de nossos antepassados, deveríamos ficar constrangidos do que estamos fazendo agora com nosso Estado. Pagamos os piores salários policiais do Brasil, temos uma saúde pública das piores e agora estamos num dos piores níveis educacionais do país. Onde está o espírito diligente, altruísta e visionária que tinham nossos antepassados?

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