EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

domingo, 12 de dezembro de 2010

A CHAGA DA EDUCAÇÃO

"A CHAGA DA EDUCAÇÃO" - Carlos José Marques, diretor editorial Revista Isto É N° Edição: 2144 | 10.Dez.10 - 21:00 | Atualizado em 12.Dez.10 - 00:23.

Extenuante, incompatível com o excepcional momento de avanço do País, a tragédia da educação brasileira – que se arrasta secularmente desde a colonização – continua a exibir sem retoques suas marcas.

Na semana passada, de maneira vergonhosa, o Brasil voltou a figurar no ranking do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). Estava na rabeira! Entre as 65 nações analisadas, o Brasil era o 53º colocado. Segundo a organização que elabora o levantamento, os jovens brasileiros estão ao menos três anos defasados em relação aos chineses no campo da leitura.

A maior parte deles (69,1% do total) ficou no Nível 1 de conhecimento de matemática, em uma escala com seis graus de pontuação. A qualidade de ensino por aqui se mostrou tão ruim que, entre os 20 mil alunos brasileiros participantes da bateria de provas, mais da metade não passou da primeira etapa. Um desempenho sofrível tanto de alunos de escolas públicas como de escolas privadas.

Enquanto a média mundial de pontos no exame girou no patamar de 496 acertos, a brasileira ficou na casa de 401. Demonstração inequívoca de que o País relegou sim a um segundo plano o preparo adequado de seu futuro.

Os candidatos brasileiros apanharam feio e situaram-se atrás de estudantes da Tailândia, do Uruguai, da Colômbia, do Azerbaijão, da Turquia, do Casaquistão, de Trinidad e Tobago, do Chile. É melhor parar por aqui para estancar a humilhação. A síntese do problema chama-se investimento no aprendizado.

A capacitação, o conhecimento dos alunos que saem de colégios nacionais e das inúmeras faculdades que não param de aparecer – como caça-níqueis enganosos, vendendo diploma em troca de nada – é, para dizer o mínimo, lamentável. Invariavelmente, os que almejam galgar melhores posições no mercado precisam passar por cursos extracurriculares, quase sempre no Exterior.

Curiosamente, hoje no mundo corporativo a grande discussão trata da a falta de mão de obra qualificada. Um mal para o qual a única saída é uma mobilização geral – de governantes, instituições de ensino e, especialmente, empresas – que priorize recursos para a área.

O diagnóstico da chaga não é novo. Surpreendente é a apatia, o descaso, a quase inércia que toma conta do País diante do mal maior, que conspira contra o seu próprio desenvolvimento.

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