EDITORIAL
O Brasil ocupa o 8º lugar no ranking de países com pessoas que têm 15 anos ou mais e que não sabem ler nem escrever. São 13,2 milhões de brasileiros nesta situação. A Índia lidera a lista, com um total de 287 milhões, seguida de China e Paquistão. Os dados fazem parte de relatório divulgado pela Unesco sobre seis metas para melhorar a educação até 2015.
O documento, que foi lançado na semana passada, em Brasília, mostra avanços, mas aponta “lentidão nesse progresso” – na última década, o número de adultos analfabetos caiu apenas 1%. A secretária de Educação Continuada e Alfabetização do Ministério da Educação, Macaé dos Santos, diz que há concentração de analfabetos entre idosos, principalmente em municípios pequenos.
O relatório da Unesco elogia iniciativas do governo federal, como o Ideb, indicador de qualidade da educação básica no País. No documento, ele é indicado como “ferramenta-chave” para estratégias na área. O Brasil tem o enorme desafio de melhorar seu ensino público, mas, para isso, precisa resolver uma questão primordial: a valorização de seus mestres. Os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, divulgado no final de 2013, mostram que os países com melhor desempenho na educação são aqueles que fazem a carreira docente atrativa aos mais talentosos jovens que saem do Ensino Médio.
No Brasil, apesar de alguns avanços, os salários são baixos em comparação com as demais ocupações universitárias, e poucos jovens cogitam seguir a carreira docente. Nos últimos anos, menos se formaram em cursos de licenciatura. A baixa remuneração, além de desmotivar os professores, é um dos fatores que leva muitos jovens a descartar de seus planos a carreira em salas de aula. Pesquisa feita no Rio de Janeiro mostra que apenas 20% dos alunos do Ensino Médio daquele estado que pretendem ingressar no Ensino Superior manifestam algum interesse pelo magistério. Eles são, em comparação com os que planejam outras carreiras, jovens de menor renda e que estudam, principalmente, em escolas públicas.
Se na entrada do sistema está difícil atrair jovens para os cursos de magistério, dados do Censo do Ensino Superior, do Ministério da Educação, mostram que há também um problema recente na saída das universidades. A quantidade de estudantes concluindo faculdades de licenciatura, que na década passada teve aumento de 63%, registrou queda de 16% de 2010 a 2012. O mesmo movimento é percebido quando se analisa as matrículas: depois de aumentarem 60% na década passada, caíram 4% nos últimos três anos da pesquisa.
Se a queda do número de estudantes de licenciaturas se confirmar, a tendência pode dificultar o cumprimento de uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE), em tramitação na Câmara dos Deputados, que estipula que todos os professores do País tenham formação com licenciatura até 2024.
Mas como explicar a aceleração das licenciaturas até 2010, e depois uma freada brusca? Alguns analistas lembram que, na última década, o Brasil viveu um dos maiores crescimentos de sua história, com inclusão, maior renda e consequentemente, crescimento da população com acesso ao Ensino Superior. Em uma economia mais complexa, surgem outras oportunidades de trabalho.
De qualquer forma, este cenário de baixa na opção pelo magistério precisa ser revertido, já que o País precisaria de 1,5 milhão a 2 milhões de novos professores até 2023 para cumprir as metas de inclusão no Ensino Médio e de educação integral do PNE. Está lançado o desafio.
O Brasil ocupa o 8º lugar no ranking de países com pessoas que têm 15 anos ou mais e que não sabem ler nem escrever. São 13,2 milhões de brasileiros nesta situação. A Índia lidera a lista, com um total de 287 milhões, seguida de China e Paquistão. Os dados fazem parte de relatório divulgado pela Unesco sobre seis metas para melhorar a educação até 2015.
O documento, que foi lançado na semana passada, em Brasília, mostra avanços, mas aponta “lentidão nesse progresso” – na última década, o número de adultos analfabetos caiu apenas 1%. A secretária de Educação Continuada e Alfabetização do Ministério da Educação, Macaé dos Santos, diz que há concentração de analfabetos entre idosos, principalmente em municípios pequenos.
O relatório da Unesco elogia iniciativas do governo federal, como o Ideb, indicador de qualidade da educação básica no País. No documento, ele é indicado como “ferramenta-chave” para estratégias na área. O Brasil tem o enorme desafio de melhorar seu ensino público, mas, para isso, precisa resolver uma questão primordial: a valorização de seus mestres. Os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, divulgado no final de 2013, mostram que os países com melhor desempenho na educação são aqueles que fazem a carreira docente atrativa aos mais talentosos jovens que saem do Ensino Médio.
No Brasil, apesar de alguns avanços, os salários são baixos em comparação com as demais ocupações universitárias, e poucos jovens cogitam seguir a carreira docente. Nos últimos anos, menos se formaram em cursos de licenciatura. A baixa remuneração, além de desmotivar os professores, é um dos fatores que leva muitos jovens a descartar de seus planos a carreira em salas de aula. Pesquisa feita no Rio de Janeiro mostra que apenas 20% dos alunos do Ensino Médio daquele estado que pretendem ingressar no Ensino Superior manifestam algum interesse pelo magistério. Eles são, em comparação com os que planejam outras carreiras, jovens de menor renda e que estudam, principalmente, em escolas públicas.
Se na entrada do sistema está difícil atrair jovens para os cursos de magistério, dados do Censo do Ensino Superior, do Ministério da Educação, mostram que há também um problema recente na saída das universidades. A quantidade de estudantes concluindo faculdades de licenciatura, que na década passada teve aumento de 63%, registrou queda de 16% de 2010 a 2012. O mesmo movimento é percebido quando se analisa as matrículas: depois de aumentarem 60% na década passada, caíram 4% nos últimos três anos da pesquisa.
Se a queda do número de estudantes de licenciaturas se confirmar, a tendência pode dificultar o cumprimento de uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE), em tramitação na Câmara dos Deputados, que estipula que todos os professores do País tenham formação com licenciatura até 2024.
Mas como explicar a aceleração das licenciaturas até 2010, e depois uma freada brusca? Alguns analistas lembram que, na última década, o Brasil viveu um dos maiores crescimentos de sua história, com inclusão, maior renda e consequentemente, crescimento da população com acesso ao Ensino Superior. Em uma economia mais complexa, surgem outras oportunidades de trabalho.
De qualquer forma, este cenário de baixa na opção pelo magistério precisa ser revertido, já que o País precisaria de 1,5 milhão a 2 milhões de novos professores até 2023 para cumprir as metas de inclusão no Ensino Médio e de educação integral do PNE. Está lançado o desafio.
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