EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

EDUCAÇÃO DE QUALIDADE OU ALUNO DE QUALIDADE?

Educação de qualidade ou aluno de qualidade? - José Aerton Rodrigues da Silva - O Globo, 04/11/2010 às 17h52m; Artigo do leitor

Na recente campanha eleitoral, como outros temas igualmente importantes, a questão da educação também foi discutida, mas não na intensidade e profundidade que se exige de um tema como esse. Entretanto, a simples citação e lembrança faz com que saibamos que ao menos não foi esquecido, que por ideologia ou pressão popular, falar e pensar a melhoria do ensino secular faz parte da agenda de alguns políticos.

Entretanto, o problema parece, e é, maior do que as autoridades podem enxergar. Nos debates entre os candidatos majoritários ouvimos um e outro falarem em aumentar o número de escolas e promover instituições de qualidade. O problema começa onde deveria ser a solução. O que é uma escola de qualidade? Parece fácil a resposta, mas não é. A teia que envolve o processo de ensino e aprendizagem é complexa e, quando gerida superficialmente, enrola-se na mesma, onde não se consegue sair facilmente. É isso o que tem acontecido com os gestores da educação no Brasil. Sem conhecimento suficiente da realidade em sala de aula e com políticas que dêem resultados a curto prazo, ficam presos à teia educacional levando todo o sistema consigo.

Uma dessas ações de curto prazo é a implantação de escolas técnicas, vedete tanto do candidato tucano José Serra (PSDB) quanto da candidata eleita Dilma Rousseff (PT). Essas instituições apontadas como modelo foram usadas largamente pelos dois segmentos. A verdade é que essas são apenas mais uma maquiagem. Elas escondem os milhares de alunos das escolas públicas que não têm acesso aos seus quadros, pois não conseguem ser aprovados no processo seletivo de acesso. Não passam por não estarem preparados, em sua maioria, para tal. Muitos sequer poderiam acompanhar o ritmo de ensino lá desenvolvido.

Essa não é uma visão preconceituosa em relação àqueles que frequentam instituições mantidas pelo governo. Há bons alunos ali, eu mesmo leciono para alguns. A questão é que nós, professores, temos a sensação de que não importa o que se faça em sala de aula, o desinteresse, e a descrença no ensino secular e na capacidade do conhecimento transformar a realidade do indivíduo fazem com que esse seja avesso a tudo o que diz respeito ao aprendizado.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Eu defendo um ensino técnico e integrado sistematizando o conhecimento técnico, científico, desportivo e artístico focado na descoberta de potenciais para a autonomia do indivíduo e sobrevivência no mercado de trabalho. Neste sistema, o professor busca descobrir o potencial do aluno e prepará-lo para as escolhas futuras. A educação brasileira de hoje está focada apenas no conhecimento científico, refletindo em escolhas erradas para uma universidade, no estresse em obter sucesso numa área de trabalho e na incapacidade curricular e prática em obter vagas no mercado. Sem uma base e conhecimento da profissão, fica difícil para o jovem saido do ensino médio escolher a universidade certa que lhe dará a pretendida autonomia e condições de enfrentar o mercado de trabalho.

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