EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

AS PALAVRAS E OS ATOS



As palavras e os atos. Denise Goulart, Professora da rede pública estadual/RS - Jornal do Comercio, 28/10/2010.

Fui motivada a escrever após ler um artigo sobre o sofrimento das professoras que tratava da dura realidade vivida por nós, educadores, dentro e fora da escola pública. O fato narrado, em que uma diretora de escola foi violentamente agredida por uma mãe de aluno no Rio de Janeiro, permite termos a dimensão do quadro de pressão e de sofrimento a que estamos submetidos diariamente. Entretanto, das autoridades ouve-se outra coisa. Todos dizem defender a educação. Não poupam palavras para dizer que educação é prioridade. Infelizmente, há um fosso entre as palavras e os atos. O fato é que a escola pública está sucateada. Sobrevivemos com salários aviltantes e ameaçados, permanentemente, com perda de direitos. Alheio a tudo isso está o poder público, omisso às suas responsabilidades. Mas de onde vem a violência contra as professoras? Há décadas o Estado vem oferecendo um serviço público precário. E isso não é “privilégio” da área de educação.

O sucateamento dos serviços do Estado chegou a tal ponto que, nos dias de hoje, para grande parte da população, a escola é o único acesso que se tem a algo que seja público. Essa é a razão pela qual inúmeros problemas sociais estourem na escola que se transformou num para-raios da sociedade. Assim, são despejados todos os tipos de problemas sociais sobre os educadores. Problemas que, muitas vezes, temos pouca ou nenhuma condição de resolver. Corrigir tudo isso passa, evidentemente, por atender a população com a dignidade que merece em todas as áreas. Queremos escolas decentes, com profissionais que possam viver dignamente. Mas isso não basta. Precisamos de serviço público de qualidade, em todos os segmentos e níveis, principalmente para a classe trabalhadora, que é quem mais necessita e não tem recursos para pagar. É dever do poder público garantir educação, saúde e segurança aos cidadãos. Urge que as autoridades voltem as atenções para a escola, sob pena de todos sermos sucumbidos pelo vandalismo e barbáries existentes na sociedade e que na escola se refletem diretamente. Não dá mais para continuarmos assim. É preciso passar das palavras para ações concretas.

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