ZERO HORA 22 de fevereiro de 2015 | N° 18081
EDITORIAL
O diretor de escola precisa ser um gestor de docentes e funcionários – comprometido, atualizado, preparado para o seu importante papel.Na semana da volta às aulas, poucas escolas da rede pública reúnem as condições ideais para um aprendizado de qualidade: instalações adequadas, salas organizadas e limpas, equipamentos funcionando, contas em dia, quadro docente completo, professores e funcionários motivados, comunidade participativa – e, principalmente, alunos aprendendo. O que ocorre no Brasil, quase como regra geral, é o oposto disso: instalações deficientes, trabalhadores mal remunerados e desmotivados, famílias ausentes e a já tradicional falta de professores para todas as disciplinas. Neste contexto bem conhecido, um personagem torna-se especialmente importante para promover transformações: o diretor de escola.
São múltiplas as suas responsabilidades. Cabe a ele, entre outras atribuições, gerenciar docentes, coordenadores, orientadores e funcionários; prestar contas à comunidade, identificar as necessidades da instituição, fazer o meio-campo com a Secretaria de Educação, comandar o projeto político-pedagógico, acompanhar a aprendizagem, estimular seus companheiros de direção e manter comunicação com os pais de alunos, atraindo-os para o processo educacional. Mais do que um diretor, ele precisa ser um gestor – comprometido, atualizado, preparado para o seu importante papel.
Dá para exigir tal desempenho de servidores que sequer receberam formação suficiente para o cargo que exercem, quando se sabe que eles geralmente são mal remunerados e pouco apoiados? Certamente não, mas todos os envolvidos no processo educacional podem contribuir de alguma maneira para que o diretor de escola centralize a transformação que a educação brasileira precisa para se qualificar. Claro, cabe a ele promover uma gestão compartilhada, exercendo sua liderança em conjunto com professores, alunos, funcionários e pais, para atrair participação e envolvimento. Mas essa relação tem que ser de mão dupla: sem ajuda e sem demanda compatível com as possibilidades de atendimento, até mesmo gestores eficientes tendem a se acomodar.
Então, em tempo de volta às aulas, é importante que cada brasileiro se coloque no lugar de um diretor de escola – e descubra o que pode fazer para ajudá-lo a administrar o futuro do país.
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