ZERO HORA 29 de maio de 2013 | N° 17447 ARTIGOS
Silvana Matos Uhmann*
A escola é o estabelecimento público ou privado no qual se gerencia, sistematicamente, o ensino coletivo. Já em nossa Constituição, é expresso como fundamentos de nossa República o direito à igualdade, sobretudo à educação, concedendo acesso e permanência de todos os estudantes na escola.
Entretanto, parecemos não nos dar conta de que a educação passa por dificuldades que necessitam de solução. Um exemplo disso é a própria educação inclusiva, que se originou a partir da necessidade de respaldo à educação de alunos que por algum momento já vivenciaram (ou vivenciam) experiências de exclusão. Ou seja, a educação como um todo não demonstra conseguir administrar o acesso e permanência de todos os alunos dentro das escolas, exigindo assim o surgimento e existência de “grupos” dentro de uma educação que devia ser para todos.
Tendo como base essas concepções, pode nos parecer retórico em âmbito educacional vivenciarmos uma educação inclusiva, que por sua vez já deveria abarcar – concedendo acesso e permanência na escola – todos os nossos estudantes. Nesse sentido, se voltarmos a pensar sobre a Constituição, leis e diretrizes que permeiam nosso meio educacional, percebemos uma lacuna no que diz respeito à educação. Isto porque o direito à educação (de qualidade) já foi conferido aos alunos – uma educação, que por si só e no sentido literal da palavra, inclua a todos os alunos para aquisição dos conhecimentos científicos abordados pela instituição escola.
Sendo assim, não haveria necessidade de uma educação inclusiva (ou também educação quilombola, educação popular, educação de jovens e adultos), pois todos teriam acesso a uma mesma escolarização, independentemente de suas condições cognitivas, motoras, sensoriais, orgânicas, étnicas ou também aquisitivas. Devemos pensar que a educação já é para todos, aqueles da cidade, do campo, alunos deficientes, ou não. Todos dentro da escola e buscando aprender juntos. Entretanto, parecemos ainda encontrar dificuldades em gerenciar essa educação. Enquanto isso, vamos produzindo “grupos” e espaços dentro da escola que acabam diferenciando o acesso a aquisição dos conhecimentos escolares.
Em suma, ao buscar fazer relação com a figura de linguagem pleonasmo, educação inclusiva poderia ser considerada retoricamente como “subir para cima”, “entrar para dentro” ou “adiar para depois”, já que pensamos aqui em uma educação que já é, ou deve ser, inclusiva (sem a necessidade de ser denominada, ainda, “inclusiva”). Ao nos referirmos a uma educação inclusiva, nos tornamos retóricos, uma vez que a educação, por si só, deve ter esse mesmo papel. A primeira postura educacional necessária é reconhecer a diversidade em uma educação universal, proposta e pensada em igualdade para todos em uma mesma educação.
*Educadora especial pela Universidade Federal de Santa Maria, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Unijuí
Silvana Matos Uhmann*
A escola é o estabelecimento público ou privado no qual se gerencia, sistematicamente, o ensino coletivo. Já em nossa Constituição, é expresso como fundamentos de nossa República o direito à igualdade, sobretudo à educação, concedendo acesso e permanência de todos os estudantes na escola.
Entretanto, parecemos não nos dar conta de que a educação passa por dificuldades que necessitam de solução. Um exemplo disso é a própria educação inclusiva, que se originou a partir da necessidade de respaldo à educação de alunos que por algum momento já vivenciaram (ou vivenciam) experiências de exclusão. Ou seja, a educação como um todo não demonstra conseguir administrar o acesso e permanência de todos os alunos dentro das escolas, exigindo assim o surgimento e existência de “grupos” dentro de uma educação que devia ser para todos.
Tendo como base essas concepções, pode nos parecer retórico em âmbito educacional vivenciarmos uma educação inclusiva, que por sua vez já deveria abarcar – concedendo acesso e permanência na escola – todos os nossos estudantes. Nesse sentido, se voltarmos a pensar sobre a Constituição, leis e diretrizes que permeiam nosso meio educacional, percebemos uma lacuna no que diz respeito à educação. Isto porque o direito à educação (de qualidade) já foi conferido aos alunos – uma educação, que por si só e no sentido literal da palavra, inclua a todos os alunos para aquisição dos conhecimentos científicos abordados pela instituição escola.
Sendo assim, não haveria necessidade de uma educação inclusiva (ou também educação quilombola, educação popular, educação de jovens e adultos), pois todos teriam acesso a uma mesma escolarização, independentemente de suas condições cognitivas, motoras, sensoriais, orgânicas, étnicas ou também aquisitivas. Devemos pensar que a educação já é para todos, aqueles da cidade, do campo, alunos deficientes, ou não. Todos dentro da escola e buscando aprender juntos. Entretanto, parecemos ainda encontrar dificuldades em gerenciar essa educação. Enquanto isso, vamos produzindo “grupos” e espaços dentro da escola que acabam diferenciando o acesso a aquisição dos conhecimentos escolares.
Em suma, ao buscar fazer relação com a figura de linguagem pleonasmo, educação inclusiva poderia ser considerada retoricamente como “subir para cima”, “entrar para dentro” ou “adiar para depois”, já que pensamos aqui em uma educação que já é, ou deve ser, inclusiva (sem a necessidade de ser denominada, ainda, “inclusiva”). Ao nos referirmos a uma educação inclusiva, nos tornamos retóricos, uma vez que a educação, por si só, deve ter esse mesmo papel. A primeira postura educacional necessária é reconhecer a diversidade em uma educação universal, proposta e pensada em igualdade para todos em uma mesma educação.
*Educadora especial pela Universidade Federal de Santa Maria, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Unijuí
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Inclusiva em todo o significado da palavra: fazer parte, enquadramento, compreensão, inserção, abraçamento e envolvimento do aluno numa aprendizagem com qualidade e visão de futuro na sobrevivência em sociedade. Por este motivo, este blog defende a educação multidisciplinar (INCLUSIVA) a partir da identificação de talentos e potencial científico, técnico, desportivo e artístico, complementando com atividades extra-classe e orientando para escolas públicas programadas e dedicada a área específica onde o aluno pode desenvolver suas habilidades, dedicar-se, motivar-se na busca da felicidade, do sucesso profissional e da autonomia futura.
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