EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

TRÊS SERÃO JULGADOS POR MORTES DE ESTUDANTES

ZERO HORA 21 de fevereiro de 2013 | N° 17350

CHOQUE FATAL

Crianças morreram ao tocar cerca energizada em escola de Jacutinga


Um ano depois da morte de duas crianças atingidas por descarga elétrica em uma quadra de esportes, em Jacutinga, no norte do Estado, a Justiça acatou a denúncia do Ministério Público que responsabiliza três pessoas pela fatalidade. Denunciados por homicídio culposo – quando não há intenção de matar– eles serão citados e terão prazo de 10 dias para apresentar defesa.

Ainda era período de férias quando os meninos Yuri Zulian, oito anos, e Leonardo Lodea, 11 anos, foram à quadra para jogar futebol com amigos, ignorando a tela que cercava o local. Havia chovido e pequenas poças de água se formavam no local. Ao comemorar um gol, os meninos correram e tocaram a cerca, recebendo uma descarga elétrica de 220 volts. Yuri e Leonardo morreram no local.

O laudo do Instituto-geral de Perícias apontou que houve falha na manutenção da instalação elétrica, fazendo com que fios desencapados tocassem a cerca, eletrificando a tela. A ligação precária saía do prédio de um clube de idosos, ao lado da escola, e levava luz para o vestiário dentro da quadra.

Os técnicos apontaram que o material utilizado não era adequado para áreas externas, e os fios desencapados, trançados ao longo da cerca, foram considerados um convite para a tragédia.

O Ministério Público denunciou os servidores da Secretaria de Obras Osmar Paulo Nadal e Armindo Gonçalves Pinheiro, este último já aposentado, e o então secretário municipal de Urbanismo e Expansão Econômica, Vayne Pedro Valenti, que seriam responsáveis pela manutenção da quadra.

O diretor da escola, que havia sido indiciado no inquérito policial, foi excluído do processo a pedido do MP. A juíza Adria Atz acatou na terça-feira a denúncia e determinou que os acusados sejam citados. Eles terão prazo de 10 dias para apresentar defesa à Justiça.

MARIELISE FERREIRA

Contrapontos. 

O que diz Osmar Paulo Nadal, servidor municipal: “Nenhum funcionário público faz coisas sem ordem de alguém. Éramos eletricistas e fizemos a instalação como foi ordenado.”

O que diz Armindo Gonçalves Pinheiro, servidor aposentado: “Na época fiz a instalação da energia na quadra exatamente como havia sido ordenado pela prefeitura.”

O que diz o ex-secretário municipal de Urbanismo e Expansão Econômica Vayne Pedro Valenti: “Eu apenas coordenava os trabalhos nesta área. O pessoal solicitava consertos, trocas de lâmpada e eu autorizava. Nunca fui comunicado que havia problema naquela quadra e nem tenho conhecimento de quem fez a ligação elétrica. Estou muito chateado com a situação, principalmente pela perda das famílias. Sei que não sou culpado, mas vou deixar na mão da Justiça.”

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