EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

sábado, 10 de dezembro de 2011

A FAÍCA DO RADICALISMO


EDITORIAL ZERO HORA 10/12/2011


A decisão de um grupo de representantes do Cpers de queimar na rua cartilhas elaboradas pela Secretaria de Educação (SEC) destinadas a esclarecer mudanças pretendidas no Ensino Médio resultou, na prática, numa inaceitável aula de intolerância protagonizada justamente por parte de quem deveria dar bons exemplos. A iniciativa só pode ser vista com estupefação, mesmo partindo de um sindicato que não hesitou em deflagrar uma greve inconveniente e destinada ao fracasso, na reta final do ano letivo. De alguma forma, esse tipo de radicalismo guarda algum paralelo com outra intenção equivocada: a pretensão de vereadores do PSOL de alterar a denominação para Avenida da Legalidade da atual Castelo Branco, buscando retirar dessa importante via pública qualquer vínculo com regimes de exceção.

No que diz respeito à mudança de denominação de logradouro, as consequências são menos graves. Mesmo na hipótese de a troca vir a ser aprovada pela Câmara, a alteração dificilmente teria qualquer impacto no cotidiano da população, que resiste em aceitar imposições desse tipo. Mas a sociedade tem razões de sobra para questionar se a tentativa é realmente uma questão prioritária para quem vive ou transita numa capital com tantos problemas, como é o caso de Porto Alegre.

O que impressiona no caso da fogueira de material impresso é o fato de a iniciativa partir justamente de quem tem a missão de formar crianças e jovens. O desafio inclui a transmissão de conhecimento, mas também o exercício corriqueiro de ensinar o enfrentamento de debates polêmicos, como é o caso das pretendidas mudanças no ensino, com a contraposição de argumentos, não com atitudes marcadas pelo radicalismo.

Queimar impressos e tentar apagar a história lembram atitudes totalitárias pretéritas, incompatíveis com a democracia. Não é esse, certamente, o tipo de atitude que se espera ver ensinado, dentro e fora da sala de aula, a cidadãos em fase de aprendizagem.

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