EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

ALÉM DA FALTA DE DINHEIRO

PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA - Além da falta de dinheiro - 28/01/2011

Quando os números desafiam a lógica, é preciso rever a própria lógica. Essa parece ser a primeira lição do descompasso observado entre o investimento em educação em Porto Alegre e os resultados medíocres dos alunos da rede municipal no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Alarmados pelas notas obtidas pelos estudantes, professores, pais e gestores buscam entender a contradição: como explicar que a rede que paga salários três vezes maiores para professores do que o Estado e oferece estrutura adequada esteja entre as piores do país no índice?

A rede municipal da Capital está em 15º lugar entre 26 redes municipais de capitais nos anos iniciais do Ensino Fundamental e em 12º entre 24 capitais nos anos finais (Rio Branco e Boa Vista não oferecem matrículas nesta etapa do ensino obrigatório). Já a rede estadual do Rio Grande do Sul ficou em oitavo lugar no Ensino Médio, entre as 27 unidades da federação, e o Ensino Fundamental, em terceiro.

Na busca por explicações, os especialistas se dividem. Professora aposentada com vasta experiência, Elva Verlang Kramer coloca a culpa do equívoco no gerenciamento do ensino por ciclos, com aprovação automática e sem o reforço adequado para os alunos com dificuldades. Um outro fator seria a perda de autoridade por parte dos professores. Sem o medo da reprovação, alunos rebeldes se tornaram incontroláveis.

Já a professora Isabel Letícia Pedroso de Medeiros, doutora em educação e diretora-geral da Associação dos Trabalhadores em Educação do Município de Porto Alegre (Atempa), questiona os próprios sistemas de avaliação, que passariam uma “régua cega” sobre populações com diferenças culturais e sociais. E lembra que a rede municipal atende à população mais vulnerável: apesar de ter 20% do total de matrículas na cidade, ela atende 50% dos alunos com necessidades especiais.

Diante de um cenário tão complexo, só há uma certeza: as respostas não podem ser simplistas.

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