ZERO HORA 11 de junho de 2013 | N° 17459
Alexandre Goulart*
Se os pais perguntarem ao filho, depois da escola, como foi a aula, é provável que escutem a resposta padrão: foi boa. Esse tipo de resposta causa a ilusão de que tudo vai bem. Mas se a pergunta for mais dirigida, algo como o que você aprendeu hoje? O filho terá que pensar um pouco mais. Se for criança, tenderá a contar com certa riqueza de detalhes sobre as vivências. Já um adolescente, provavelmente, dará uma resposta programática, como: aprendi o teorema de Pitágoras. E se os pais fossem além e perguntassem: o que você vai fazer com o que aprendeu? O que fazer com o que aprendi, pensaria o jovem. Esquecer? Aplicar no vestibular ou no Enem? Usar de modo cumulativo como pré-requisito para entender algum conteúdo futuro? Por que e para que se aprende algo? Alguns poucos poderiam encontrar respostas como: aprender para viver melhor, para compreender a realidade em suas múltiplas dimensões, aprender por simples curiosidade, por prazer.
Diante dessa perspectiva, a boa aula tem múltiplos significados. A construção do sentido pertence ao estudante, mesmo que o professor se esmere em seu plano de aula prevendo objetivos, competências e habilidades a serem desenvolvidas. A chance de aproximação entre as expectativas do professor e do estudante depende de um diálogo pouco usual, da explicação do propósito de cada aula, elucidando as responsabilidades de cada parte envolvida no processo de ensino-aprendizagem.
Ficando evidenciada a proposta de cada encontro e do percurso a ser feito, o jovem estudante poderá responder com maior apropriação o que aprendeu, porque e para que aprendeu. Sem essa precisão, toda aula pode ser boa e ao mesmo tempo insatisfatória. Chegar a esse ponto, contudo, implica despertar o desejo de ensinar e de aprender, processos que, por sua vez, não podem dar-se fora da procura, da alegria, como afirmava Paulo Freire ao conceber uma educação permeada pela inquietação, pela curiosidade, de modo que escutar e conhecer o estudante são posturas fundamentais, pois é assim que o professor aprende a falar com ele. Mas como exatamente se faz isso? Bem, aí já será outra lição e o período chegou ao fim. Quem sabe, a gente continua na próxima aula.
Diante dessa perspectiva, a boa aula tem múltiplos significados. A construção do sentido pertence ao estudante, mesmo que o professor se esmere em seu plano de aula prevendo objetivos, competências e habilidades a serem desenvolvidas. A chance de aproximação entre as expectativas do professor e do estudante depende de um diálogo pouco usual, da explicação do propósito de cada aula, elucidando as responsabilidades de cada parte envolvida no processo de ensino-aprendizagem.
Ficando evidenciada a proposta de cada encontro e do percurso a ser feito, o jovem estudante poderá responder com maior apropriação o que aprendeu, porque e para que aprendeu. Sem essa precisão, toda aula pode ser boa e ao mesmo tempo insatisfatória. Chegar a esse ponto, contudo, implica despertar o desejo de ensinar e de aprender, processos que, por sua vez, não podem dar-se fora da procura, da alegria, como afirmava Paulo Freire ao conceber uma educação permeada pela inquietação, pela curiosidade, de modo que escutar e conhecer o estudante são posturas fundamentais, pois é assim que o professor aprende a falar com ele. Mas como exatamente se faz isso? Bem, aí já será outra lição e o período chegou ao fim. Quem sabe, a gente continua na próxima aula.
*LICENCIADO EM CIÊNCIAS SOCIAIS E JORNALISTA
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