Ângela Ravazzolo*
No dia 12 de abril, durante uma formatura do Pronatec em Porto Alegre, a presidente Dilma Rousseff reforçou em discurso a importância da educação profissional e de turno integral, comentando inclusive que as aulas do contraturno deveriam ensinar português, matemática, e não tricô ou crochê.
As palavras diretas da presidente reforçam um senso comum disseminado, entre autoridades, especialistas, famílias e estudantes, de que a educação precisa ser ampliada e melhorada em todo o país. As pesquisas, avaliações como o Ideb e os discursos confirmam repetidamente essa perspectiva. Mas a dura verdade é que essas teorias ainda não alcançaram, em larga escala, o dia a dia das salas de aula, as lições de casa, o caderno (ou o tablet) de cada um dos estudantes matriculados em escolas públicas.
O Brasil ainda amarga estatísticas assustadoras em relação à qualidade do aprendizado. Relatório recente do movimento Todos pela Educação indicou, por exemplo, que pouco mais de 50% das crianças do 2º e do 3º anos do Fundamental alcançaram o desempenho esperado em escrita e leitura. É importante perceber que estamos falando aqui da fase escolar inicial, que deveria formar uma base qualificada e segura para a continuidade de futuros aprendizados e descobertas.
Ao mesmo tempo, em cenários específicos, pipocam bons exemplos de projetos de alfabetização, turno integral e inclusão que provocam pequenas revoluções na comunidade onde acontecem. Muitas vezes, em comunidades com poucos recursos financeiros. Um exemplo comovente presenciei na escola municipal Professora Ana Íris do Amaral, em Porto Alegre. Professores, direção e estudantes se orgulham de duas pinturas feitas por um ex-aluno aprovado em Artes Plásticas na UFRGS em paredes da escola. Já universitário, ele voltou à escola do bairro para deixar esse recado visual de que o esforço cotidiano e persistente, em educação, tem grandes chances de dar certo.
A sociedade brasileira precisa entender por que convivem esses dois cenários contraditórios para, então, encarar o desafio maior: garantir um aprendizado de qualidade em todas as escolas públicas, de Sul a Norte.
Há muito o que fazer, muito para mudar. Amanhã, quando será celebrado o Dia da Educação, faça um minuto de reflexão, mas não para chorar o que ainda não foi feito ou o que já está perdido. Um minuto de reflexão para identificar o potencial de mudança, comemorar com ideias e práticas tudo o que ainda se pode fazer.
Que o exemplo das paredes pintadas deixe de ser pontual e se transforme em produção de larga escala.
No dia 12 de abril, durante uma formatura do Pronatec em Porto Alegre, a presidente Dilma Rousseff reforçou em discurso a importância da educação profissional e de turno integral, comentando inclusive que as aulas do contraturno deveriam ensinar português, matemática, e não tricô ou crochê.
As palavras diretas da presidente reforçam um senso comum disseminado, entre autoridades, especialistas, famílias e estudantes, de que a educação precisa ser ampliada e melhorada em todo o país. As pesquisas, avaliações como o Ideb e os discursos confirmam repetidamente essa perspectiva. Mas a dura verdade é que essas teorias ainda não alcançaram, em larga escala, o dia a dia das salas de aula, as lições de casa, o caderno (ou o tablet) de cada um dos estudantes matriculados em escolas públicas.
O Brasil ainda amarga estatísticas assustadoras em relação à qualidade do aprendizado. Relatório recente do movimento Todos pela Educação indicou, por exemplo, que pouco mais de 50% das crianças do 2º e do 3º anos do Fundamental alcançaram o desempenho esperado em escrita e leitura. É importante perceber que estamos falando aqui da fase escolar inicial, que deveria formar uma base qualificada e segura para a continuidade de futuros aprendizados e descobertas.
Ao mesmo tempo, em cenários específicos, pipocam bons exemplos de projetos de alfabetização, turno integral e inclusão que provocam pequenas revoluções na comunidade onde acontecem. Muitas vezes, em comunidades com poucos recursos financeiros. Um exemplo comovente presenciei na escola municipal Professora Ana Íris do Amaral, em Porto Alegre. Professores, direção e estudantes se orgulham de duas pinturas feitas por um ex-aluno aprovado em Artes Plásticas na UFRGS em paredes da escola. Já universitário, ele voltou à escola do bairro para deixar esse recado visual de que o esforço cotidiano e persistente, em educação, tem grandes chances de dar certo.
A sociedade brasileira precisa entender por que convivem esses dois cenários contraditórios para, então, encarar o desafio maior: garantir um aprendizado de qualidade em todas as escolas públicas, de Sul a Norte.
Há muito o que fazer, muito para mudar. Amanhã, quando será celebrado o Dia da Educação, faça um minuto de reflexão, mas não para chorar o que ainda não foi feito ou o que já está perdido. Um minuto de reflexão para identificar o potencial de mudança, comemorar com ideias e práticas tudo o que ainda se pode fazer.
Que o exemplo das paredes pintadas deixe de ser pontual e se transforme em produção de larga escala.
*EDITORA DE EDUCAÇÃO